Milton Nascimento completa 75 anos cantando as esquinas do mundo

O mais mineiro dos compositores e cantores, Milton Nascimento nasceu no Rio de Janeiro no dia 26 de outubro de 1942. Filho de empregada doméstica, abandonado pelo pai. Com a morte da mãe, o menino foi levado para ser criado pelos avós em Juiz de Fora (MG), mas o casal Lilian Silva Campos (professora de música) e Josino Campos (dono de uma rádio em Três Pontas) percebendo a tristeza do garoto resolveram adotá-lo. A avó só exigiu que não tirassem o sobrenome da mãe.

Seu som mescla bossa nova com jazz, jazz-rock, música regional brasileira e latino-americana e influências que vão dos Beatles a Violeta Parra, passando por Bob Dylan, The Platters, Silvio Rodrigues, entre muitos outros roqueiros e grandes nomes da música latina. Tanto que até a revista norte-americana especializada em música Rolling Stones o colocou como um dos maiores cantores do mundo.

Notícias do Brasil (Fernando Brant e Milton Nascimento) 

De Três Pontas para Belo Horizonte onde conheceu outros grandes músicos com quem criou o mais importante clube da MPB: o Clube da Esquina. O som e a temática desses mineiros foram sistematizados em dois discos fundamentais. “Clube da Esquina” (1972) e “Clube da Esquina 2” (1978). O grupo que tem por alma o cantor Milton Nascimento acompanhado do talento de Ronaldo Bastos, Wagner Tiso, Nelson Angelo, Tavinho Moura, Novelli, Beto Guedes, os irmãos Márcio e Lô Borges, Fernando Brant, Murilo Antunes, Flávio Venturini, Toninho Horta e Nivaldo Ornelas.

Entrava em cena um som diferente e inovador que logo agradou os ouvidos daqui e de fora, chamando a atenção para a voz e as músicas desse que se tornaria um dos maiores compositores de música popular brasileira de todos os tempos.

Canção da América (Fernando Brant e Milton Nascimento) 

Mas só desponta para o grande público com a canção “Travessia” ao ficar em segundo lugar no Festival Internacional da Canção, em 1967. No mesmo ano grava seu primeiro disco com arranjos de Luiz Eça. Na voz de Elis Regina viu “Maria Maria” se transformar no hino das feministas.

“Tudo o que se disser a respeito de Milton pode (e vai) parecer exagero. A sua música é de tamanha originalidade que chega a desafiar os sentidos de quem ouve. Adivinhar de onde vem cada nota, cada arranjo, cada expressão de sua música é adentrar num Brasil que está muito além deste que está posto”, diz Julinho Bitencourt.

Nada Será Como Antes (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos) 

Sobraram sucessos em sua carreira. Centenas de músicas gravadas no imaginário popular, compondo o rico acervo da MPB. Enfim, foi nos bailes da vida, cantando em troca de pão que Milton Nascimento trouxe as notícias mais importantes do Brasil para mostrar que nada será como antes. Lindas canções para tornar a travessia desta vida mais harmoniosa e feliz.

Nos Bailes da Vida (Fernando Brant e Milton Nascimento) 

Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy

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