O Manifesto dos Escritores e Profissionais do Livro pela Democracia já está num grupo do Facebook desde o sábado (19), mas o abaixo-assinado passou a ser divulgado amplamente na noite desta segunda-feira (21). Em breve a petição já está disponível para o público em geral no site de petições eletrônicas Avaaz.
Assine aqui.
Mostrando que as forças democráticas do país estão cada vez mais unidas contra a trama golpista, comandada pela família Marinho, dona da rede Golpe de televisão. Os principais escritores e editores de livros brasileiros já deram sua chancela ao manifesto.
“Não podemos imaginar a livre circulação de ideias em outra ordem que não seja a da diversidade democrática, gozada de forma crescente nas últimas décadas pela sociedade brasileira, que é cada vez mais leitora e tem cada vez mais acesso à educação”, diz trecho do texto em defesa do Estado Democrático de Direito.
Assinam o manifesto Antonio Candido, Chico Buarque, Slavoj Zizek, Moniz Bandeira, Milton Hatoum e Raduan Nassar, Alberto Schprejer, Daniel Louzada, Haroldo Ceravolo, Ivana Jinkings, Marcelo Moutinho e Rogério de Campos, Bernardo Carvalho, Laerte, Elisa Lucinda, Leonardo Padura, Angelica Freitas, Lira Neto.
Leia a íntegra do texto abaixo:
Escritores e Profissionais do Livro pela Democracia
Nós, abaixo assinados, que escrevemos, produzimos, publicamos e fazemos circular o livro no Brasil, vimos nos manifestar pela defesa dos valores democráticos e pelo exercício pleno da democracia em nosso país, de acordo com as normas constitucionais vigentes, no momento ameaçadas.
Não podemos imaginar a livre circulação de ideias em outra ordem que não seja a da diversidade democrática, gozada de forma crescente nas últimas décadas pela sociedade brasileira, que é cada vez mais leitora e tem cada vez mais acesso à educação.
Ainda podemos nos recordar facilmente dos tempos obscuros da censura às ideias e aos livros nos 21 anos do regime ditatorial iniciado em 1964.
A necessária investigação de toda denúncia de corrupção, envolvendo a quem quer que seja, deve obedecer às premissas da legalidade e do Estado Democrático de Direito.
O retrocesso e a perda dos valores democráticos não interessam à maioria do povo brasileiro, no qual nos incluímos como profissionais dedicados aos livros e à leitura.
Ao percebermos as conquistas democráticas ameaçadas pelo abuso de poder e pela violação dos direitos à privacidade, à livre manifestação e à defesa, combinadas à agressividade e intolerância de alguns, e à indesejada tomada de partido por setores do Poder Judiciário, convocamos os profissionais do livro a se manifestarem em todos os espaços públicos pela resistência ao desrespeito sistemático das regras básicas que garantem a existência de um Estado de Direito.
Dizemos não a qualquer tentativa de golpe e, mais forte ainda, dizemos sim à Democracia.
Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB
Última atualização às 17h, de 22 de março de 2016.