São 245 fotografias em preto e branco organizadas em cinco partes: Planeta do Sul, Santuários, África, Espaços do Norte, Amazônia e Pantanal, que formam a exposição de um dos fotógrafos mais renomados do mundo, Sebastião Salgado.
O seu mais novo trabalho Genesis encontra-se no Sesc Belenzinho, na zona leste da capital paulista, onde permanece até 1º de dezembro, depois de passar por Londres e Rio de Janeiro.
Com curadoria de sua mulher, Lélia Wanick Salgado, as fotos dão a verdadeira dimensão da importância do fotógrafo mineiro que no ano que vem completa 70 anos. “Genesis é uma jornada em busca do planeta como existiu, desde sua formação e em sua evolução, antes que a vida moderna se acelerasse e nos afastasse do núcleo essencial”, define Lélia.
Sebastião Salgado passou oito anos viajando por lugares remotos do planeta para mostrar que ainda existem povos vivendo igual o homem vivia há milhares de anos, incólume ao progresso. Seus cliques registraram cenários de natureza intocada, como os mares gelados da Patagônia e sociedades que sobrevivem intactas em seus costumes ancestrais.
Uma exposição para ser apreciada até por leigos no assunto. Entre muitos outros trabalhos, destacam-se dois produzidos nos anos 1990: Terra, onde conviveu e fotografou camponeses do MST (Movimento dos Sem Terra), com um capítulo à parte dedicado às crianças. Depois viajou pelo mundo e seus cliques registraram Êxodos, sobre as viagens voluntárias ou forçadas realizadas por povos em diversas partes. Genesis parece consumar essa trilogia sobre a vida humana e sua relação com a natureza. “É essa beleza oculta, defendida, protegida que Genesis deseja compartilhar. Fazemos um tributo a esse nosso frágil planeta que temos o dever de proteger”, analisa Lélia.
Em dezembro as fotografias de Salgado serão expostas na China. Mas a vida do fotógrafo entra em cena na abertura do 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro nesta terça-feira (17), às 20h30 com o documentário Revelando Sebastião Salgado, de Betse de Paula, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Claudio Santoro.
Confira uma pequena amostra da exposição:
Mulheres da tribo Zo’e na Amazônia, Brasil
Habitante da Península Yamal, na Sibéria, Rússia
Piguins-de-barbicha sobre iceberg, Ilhas Sandwich do Sul
Os elefentes temem os humanos, Parque Nacional do Kafue, Zâmbia
Serviço:
Exposição Genesis, de Sebastião Salgado
Sesc Belenzinho
Rua Padre Adelino, 1000, Belém, São Paulo
Até 1º de dezembro
Livro:
Genesis, Sebastião Salgado, Editora Taschen, R$ 199,90
Por Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB