Tomie Ohtake, a dama das artes plásticas, morre aos 101 anos

Tomie Ohtake recebe a Ordem do Mérito Cultural, no Auditório do Ibirapuera, em 2013, em SP

(Foto: Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press)

Considerada uma das principais representantes do abstracionismo informal, a artista plástica Tomie Ohtake morreu nesta quinta-feira (12) aos 101 anos. Nascida em Kyoto, no Japão, ela adotou o Brasil a partir de 1936, quando veio para São Paulo visitar um irmão. Só voltou ao seu país de origem em 1951. De acordo com a família, a causa da morte foi um choque séptico devido à broncopneumonia que acometeu a artista centenária. monumento ao trabalhador criançasComo queria a artista, crianças brincam em sua obra na praça pública, no ABC paulistaEla estava internada desde 2 de fevereiro no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo e reagia bem ao tratamento, mas na manhã de terça-feira (10) engasgou com o café da manhã, teve uma bronco aspiração seguida de parada cardíaca e foi internada na UTI do hospital.

Sua obra abrange pinturas, gravuras e esculturas. Uma das últimas feitas pela “dama das artes plásticas” do Brasil foi o Monumento ao Trabalhador inaugurado em 29 de setembro de 2013, em Santo André (SP), prestes há completar 100 anos em 21 de novembro. A presidência da CTB acompanhou a inauguração da obra de 12 metros de altura e 15 toneladas de peso, tamanha a importância do primeiro trabalho de Tomie no ABC paulista. Segundo o seu filho, Rui Ohtake, Tomie desejava que todos tivessem acesso à sua arte. “Ela fazia questão de que as crianças brincassem no monumento. E já estão brincando. É a cultura se fundindo com a arte e com a história desta linda cidade”, destaca Rui.

tomie ohtake monumento ao trabalhador santo andreA artista na inauguração do Monumento ao Trabalhador, em Santo André (SP), em setembro de 2013

 Para o estudioso da obra de Tomie, Paulo Herkenhoff a intangibilidade da perfeição é a temática central da obra da artista plástica que adotou o Brasil. “Ao contrário do racionalismo da geometria ocidental, Ohtake experimenta incessantemente a imprecisão”, acentua Herkenhoff. A própria autora descreve a sua arte com a simplicidade que mostrou em vida. “Quando comecei a pintar já tinha quase 40 anos de idade e mais de 15 anos morando no Brasil”, disse Tomie. “Já era evidente o meu espírito brasileiro”, complementou na sua biografia no portal do Instituo Tomie Ohtake.

O velório será aberto ao público nesta sexta-feira (13), no Instituto Tomie Ohtake, das 8h às 14h, na rua Coropés, 88, Pinheiros, São Paulo. A cerimônia de cremação será restrita à família.

Saiba mais pelo endereço do Instituto Tomie Ohtake (www.institutotomieohtake.org.br)

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Portal CTB

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