90% dos jornalistas de Jornais e Revistas da Capital rejeitam proposta patronal

Os jornalistas de Jornais e Revistas da Capital votaram maciçamente no plebiscito que rejeitou a proposta apresentada pelos patrões na última rodada de negociação. No total, votaram 521 trabalhadores, dos quais 470 pela não aprovação (90%) e 51 a favor (9,8%). Houve um único voto (0,2%) em branco e nenhum nulo.

“Houve um expressivo comparecimento às urnas”, diz o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, José Augusto Camargo (Guto). “Os trabalhadores de Jornais e Revistas da Capital repudiaram a proposta, que sequer repõe a inflação e, o que é pior, cria uma divisão indesejável na categoria, por que os que ganham salários maiores que R$ 7 mil, receberiam um simples abono de RR$ 350,00. A proposta foi rejeitada nas urnas através de um número bastante representativo de votantes. Eles revelam ainda que a categoria pretende avançar nas negociações e autorizam a diretoria a insistir em melhores propostas”.

Há de se destacar no plebiscito a importante presença dos profissionais da Editora Abril, onde votaram 147 trabalhadores e também no jornal Valor, onde 87 deles expressaram sua opinião através do voto. Outro dado curioso foi que nenhum jornalista da Folha de São Paulo concordou em aceitar a proposta patronal.

Para o presidente do Sindicato, José Augusto Camargo, a categoria demonstrou maturidade política ao comparecer em massa às urnas e expressar sua opinião. “O Sindicato vai respaldado pelos resultados, para retomar as negociações e mostrar que a categoria está unida e quer melhorar a proposta, já que o país tem crescimento, e esta condição deve ser usufruída também pelos trabalhadores”.

A nota negativa ficou novamente por conta da prática autoritária do jornal O Estado de São Paulo, que não permitiu a votação em suas dependências. A empresa já havia impedido o Sindicato de distribuir o Mural convocando para o plebiscito, mas havia se comprometido a permitir a entrada das urnas. No dia marcado, a direção não cumpriu com o combinado e os jornalistas não puderam votar.

Infelizmente não é a primeira vez que o Estadão tem este tipo de procedimento. Na Campanha do ano passado a consulta aos jornalistas foi realizada na calçada, em frente ao jornal e no plebiscito de Rádio e TV deste ano os funcionários da rádio Eldorado não puderam emitir suas opiniões. Essa postura anti-democrática não coaduna com a Democracia.

O plebiscito da campanha salarial de Jornais e Revistas da Capital iniciou-se no dia 31 e se encerrou no dia 03. Os jornalistas foram consultados se aceitavam ou não a proposta dos patrões. Puderam votar jornalistas, mesmo não sindicalizados, desde que identificados por crachás ou carteira de jornalista profissional do Sindicato.

A cédula fazia a seguinte consulta: A proposta patronal de reajuste salarial é de 5% (para INPC de 5,3%) limitado a salários de até R$ 7.000,00. Acima disso, reajuste fixo de R$ 350,00. Você acha que o Sindicato deve aceitar esta proposta?

O eleitor tinha duas alternativas e esmagadoramente optou pelo Não.

Fonte: Sindicato dos Jornalistas do Estado de  São Paulo

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