Senador tucano faz pouco caso de educadores brasileiros

Publicado 01/11/2013
Em audiência pública sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), convocada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado, nesta quinta-feira (31), o relator da matéria Álvaro Dias (PSDB-PR), criticou os educadores, porque segundo ele, não têm interesse em debater o projeto que tramita há mais de 3 anos no Congresso. “Eu não entendo como educadores e entidades representativas do país se comportem de forma tão passiva diante de fato tão preponderante. Estamos aqui no Senado discutindo o que queremos para melhorar a educação brasileira nos próximos dez anos, e quantas pessoas estão interessadas, estão aqui participando com suas ideias, sugestões, experiências?”, disse o senador.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) ataca o senador tucano pelo ato deselegante. “O senador parece desconhecer e desconsiderar a realidade da própria concepção do Plano, que nasceu do engajamento, da luta e do debate protagonizado por trabalhadores em educação, estudantes, movimentos sociais e representantes da sociedade civil organizada durante a Conferência Nacional de Educação (Conae) de 2010”, relata texto da entidade. “Será que o senador toma outro caminho para chegar à Casa, a ponto de não enxergar sequer o acampamento montado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) em defesa do PNE?”, questiona.
O PNE está em tramitação e deverá vigorar por dez anos com a obrigação de atingir 10% do Produto Interno Bruto (PIB) a serem investidos na educação no fim do período. Enviado pelo governo federal ao Congresso em 15 de dezembro de 2010. O novo PNE apresenta dez diretrizes objetivas e 20 metas, seguidas das estratégias específicas de concretização. O texto prevê formas de a sociedade monitorar e cobrar cada uma das conquistas previstas. As metas seguem o modelo de visão sistêmica da educação estabelecido em 2007 com a criação do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).
Além de tudo isso o PNE como está prevê a universalização e ampliação do acesso e atendimento em todos os níveis educacionais e também pretende dar incentivo à formação inicial e continuada de professores e profissionais da educação em geral, avaliação e acompanhamento periódico e individualizado de todos os envolvidos na educação do país. O projeto estabelece ainda estratégias para alcançar a universalização do ensino de quatro a 17 anos, prevista na Emenda Constitucional 59 de 2009.
Veja o que aconteceu na audiência pública.
Carta Aberta da Contee ao senador Álvaro Dias.
Portal CTB com informações da Contee e Ministério da Educação