Sem contraproposta da Fenaban, bancários se reúnem para avaliar os rumos da greve
Publicado 13/10/2015
Nesta terça-feira (13), bancários de todo o Brasil se reúnem em assembleias para avaliar os rumos da paralisação deflagrada há uma semana (06/10).
A decisão ocorreu após a Federação Nacional dos Bancos – Fenaban, apresentar uma proposta de 5,5% de reajuste e 2,5 mil de abono, valor não incorporado aos salários. Proposta que não repõe nem a inflação do período, criticam os bancários.
Para Eduardo Navarro coordenador da CTB Bancários e vice-presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe – Feeb Base, a proposta dos bancos é um desrespeito com os trabalhadores que respondem à altura. “A categoria reagiu de forma contundente à provocação feita pelos banqueiros. O aumento da greve dia a dia demonstra que os bancários não estão dispostos retroceder. A composição índice mais abono ficou na década de 90 e se for preciso os bancários permanecerão em greve por muito mais tempo até que os banqueiros reconheçam a necessidade do aumento real”, afirma o dirigente.
Desrespeito e altos lucros
Apesar da crise econômica mundial, os bancos brasileiros lucraram nada menos do que R$ 36,3 bilhões no primeiro semestre de 2015 e reajustaram a remuneração dos executivos em até 81%. Um diretor chega a ganhar R$ 1 milhão. Enquanto isso, oferecem reajuste salarial de 5,5% aos bancários. O índice impõe perda de 4%.
Além do descaso com os trabalhadores do sistema, as instituições demonstram também seu descaso com a população com as altas taxas de juros cobradas e a oferta de péssimos serviços. As taxas no Brasil são as maiores da América Latina. Quem recorre ao rotativo do cartão de crédito paga 403,5% de juros ao ano.
“Essa situação demonstra insensibilidade que os banqueiros com a nação, a população e os trabalhadores, pois é um setor que mesmo com a crise continua obtendo os maiores lucros e oferecendo um serviço de péssima qualidade para ampliar margem de lucros em cima de seus trabalhadores”, destacou Navarro.
Aumenta a mobilização
A greve nacional dos bancários entra em seu oitavo dia com crescimento na adesão dos trabalhadores em todo o país. As mobilizações foram ampliadas nos centros administrativos, onde há concentração de maior número de funcionários. No total 10.818 locais de trabalho paralisaram suas atividades.
Os sindicalistas reforçam que sem uma proposta decente, que contemple reposição da inflação e aumento real, a greve segue forte nos 26 Estados da Federação e no Distrito Federal, com adesões das agências e centros administrativos de todo o País.
“Não tem como retroceder. A greve está forte e se a Fenaban não negociar a adesão vai continuar a crescer a cada dia”, afirmou Onísio Paulo Machado, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e membro da CTB Bancários.
Cinthia Ribas – Portal CTB