ONG Transparência Brasil revela recorde de sigilos de cem anos no governo Bolsonaro

Publicado 16/01/2023 - Atualizado 17/01/2023
Pesquisa da ONG Transparência Brasil, divulgada nesta segunda-feira (16) pelo UOL, revelou que Jair Bolsonaro decretou 1.108 sigilos de cem anos em atos do goveno federal. O número é recorde e equivale a 80% dos segredos impostos entre 2015 e 2022.
Só em 2021 foram 342, o maior volume já registrado, 11 vezes maior ao anotado em 2015 (27). Ao todo, segundo a análise, 37% (513) dos sigilos são indevidos, 80% deles (413) computados durante a gestão do ex-presidente.
O recorde de restrição ao acesso a informações foi justamente no primeiro ano do ex-capitão do Exército na Presidência, 2019, com 140.
Entre os sigilos decretados está a participação de seus filhos às reuniões no Palácio do Planalto com pastores que supostamente negociaram propinas com o Ministério da Educação. Bem como os seus exames de Covid-19, ou uso de pseudônimos para testes, cartão de vacinação, dados sobre o afastamento para cirurgia, uso de medicamentos sem eficácia contra o coronavírus, como Cloroquina e Ivermectina.
O atual presidente Lula exigiu que a CGU analise em 30 dias todos os sigilos de cem anos feitos no governo Bolsonaro. Na última quarta-feira (11), o governo publicou as visitas recebidas pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Palácio da Alvorada e, no dia seguinte, os gastos de R$ 276 milhões em quatro anos com o cartão corporativo de Bolsonaro.