Pressionado, PRG abre apuração contra Bolsonaro sobre ameaças golpistas em reunião com embaixadores

Presidente Jair Bolsoaro, Sergio Moro, Hamilton Mouão, na posse do novo Procurador-geral da República, Augusto Aras disse que atuará com 'independência' e pautará gestão no diálogo Indicado por Bolsonaro e aprovado pelo Senado, Aras ficará no cargo por dois anos. Novo PGR é especializado nas áreas de direito público e direito econômico. Brasilia, 26-09-2019. Foto: Sérgio Lima/PODER 360

Pisando em ovos, a Procuradoria abriu uma apuração preliminar. A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, argumentou que ainda não é necessário instaurar um inquérito

Sob o comando de Augusto Aras, um fiel escudeiro de Jair Bolsonaro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) foi transformada num depósito de denúncias contra o presidente cujo destino invariavelmente tem sido o esquecimento, ou arquivo. O procurador revive os dias inglórios do arquivador-geral indicado para o cargo pelo tucano FHC, Geraldo Brindeiro.

Mas a Procuradoria, cuja função está sendo descaradamente desvirtuada, tem sido alvo de indignadas críticas e, sob pressão, foi constrangida a abrir nesta quarta-feira (24), segundo a GloboNews, uma apuração preliminar contra Jair Bolsonaro (PL) por conta da reunião em que ele apresentou a embaixadores, no Palácio do Planalto, diversas informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro com o propósito de justificar futura contestação do resultado das urnas e promover um golpe de Estado.

A comunicação do Supremo Tribunal Federal (STF) foi enviada pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. A área técnica da PGR fará um exame sobre os vídeos do encontro com embaixadores.

“A procuradora quer avaliar, por exemplo, se, a partir de dados oficiais, é possível constatar que o evento foi transmitido ao vivo. A transmissão poderia caracterizar que a fala de Bolsonaro chegou à população, e não ficou restrita aos presentes na sala. A TV Brasil, controlada pelo governo federal, passou a fala de Bolsonaro no evento ao vivo”, diz reportagem do g1.

A manifestação da PGR vem após a ministra do Supremo Rosa Weber enviar ao órgão um pedido de investigação feito pela oposição.

Não deixa de ser uma notícia alvissareira, uma vez que muitos juristas caracterizam a bizarra reunião como crime de responsabilidade. Mas, infelizmente, esperar maior empenho da instituição é alimentar ilusão. Seu atual chefe, Augusto Aras, tem demonstrado uma fidelidade canina ao líder da extrema direita.

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