Petrobras bateu recorde de produtividade em 2014

Publicado 04/02/2015
Novas plataformas oceânicas do pré-sal tornaram a estatal a maior companhia de extração petrolífera do mundo, além de destaque no desenvolvimento científico do setor (Foto: Divulgação/EBC)
Em meio a denúncias e um bombardeio da imprensa, a Petrobras anunciou no último dia 26 que as refinarias brasileiras bateram um recorde de processamento anual de petróleo, com uma produção superior a 2 milhões de barris por dia. O dado está no último relatório de produtividade da empresa.
Na opinião dos funcionários da petrolífera, os dados reforçam a ideia de que há enorme rentabilidade a ser explorada nas plataformas continentais de petróleo, assim como no pré-sal.
Para Divanilton Pereira, trabalhador do setor de petróleo e dirigente sindical da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o momento é oportuno para que a empresa faça uma autocrítica construtiva. “Apesar dos vícios que ainda afligem a Petrobras, como corrupção e desvio de verbas, ela é um patrimônio de todos os brasileiros. Como trabalhadores que estão envolvidos no dia a dia do petróleo, nosso papel é o de defender a saúde e o caráter público da empresa, que é tão importante para o desenvolvimento do país”.
Ele argumenta que, apesar do surto de pessimismo, a estatal tem vencido obstáculos técnicos consideráveis, como o de extrair, de grandes profundidades e a distâncias da costa cada vez maiores, petróleo escondido abaixo de camadas de solo profundas. Isso se dá pelo desenvolvimento de novas tecnologias especiais, desenvolvidas por técnicos da estatal especialmente para necessidades brasileiras.
Para além da atuação estritamente setorial, a empresa investe mais de R$ 500 milhões anuais em projetos sociais, culturais e esportivos, e é recordista em investimentos na cultura, chegando à marca de R$ 67 milhões investidos em 2014 – algo que tem liberdade de fazer apenas por conta de seu caráter estatal.
Para sindicato dos petroleiros, Petrobras sofre sabotagem política
Para o Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (Sindipetro/RN), a interminável onda de denúncias contra a Petrobras carrega motivações políticas e econômicas de desestabilização. Falando ao Olho Crítico, o dirigente do sindicato e diretor da Federação Única dos Petroleiros, Divanilton Pereira, disse que não tem dúvidas acerca das “tentativas de sabotagem” afligem a gigante petrolífera.
Há uma ala da diretoria da Agência Nacional do Petróleo compartilha desse entendimento. Em debate recente da cúpula, os representantes dos trabalhadores deixaram claro que “não irão ficar de braços cruzados enquanto tentam vender uma empresa que além de símbolo, é um dos patrimônios do País”. Para eles, os escândalos seletivos divulgados pela grande imprensa pavimentam o caminho para uma eventual privatização da Petrobras.
“Os corruptos devem ser punidos, o dinheiro deve ser devolvido”, disse Pereira. “Mas um inquérito não concluído da Polícia Federal não pode ser usado para a campanha de desestabilização e impeachment da presidente da República, e também de argumento favorável à privatização. Essa manobra de desestabilizar a estatal não é incomum na história do país, e foi inclusive usada à exaustão nos governos Collor e FHC”, concluiu.
Por José Medeiros, da CTB-RJ, publicado no jornal Olho Crítico, ed. 07