Para Ciro, Serra desistirá de candidatura à Presidência

O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) afirmou nesta quinta-feira que José Serra, governador de São Paulo pelo PSDB, dificilmente será candidato à Presidência em 2010. Segundo ele, Serra "se dará conta da derrota e abandonará a disputa já em março do ano que vem".

Em entrevista ao Uol, o mais provável é que José Serra concorra novamente ao governo paulista. "Ele [Serra] é intragável no Nordeste e intolerável no Norte. O Aécio [Neves, governador de Minas Gerais] é mais aceito no Sudeste e no Sul. Mas em São Paulo, ninguém ganha do Serra".

Ciro traça um possível panorama da disputa para explicar porque haverá a eventual a desistência do governador paulista. "O Serra, com apoio da grande imprensa e dos setores conservadores, deve começar em primeiro nas pesquisas com algo ao redor de 32%. A Dilma [Rousseff, ministra da Casa Civil], com apoio do PT, com apoio do presidente Lula, vai a 25%, 26% fácil. Então haverá 58% do eleitorado entre eles dois. Sobram aí uns 42% para mim e para a Marina [Silva, senadora (PV-AC)]. Eu vou crescer. Desses 42%, 30% pode ser pra mim. A probabilidade de eu estar em segundo lugar é real. Nesse caso, o Serra desiste e concorre ao governo de São Paulo, que é mais garantido pra ele".

Ciro afirmou ainda que Serra será "um retrocesso para o país", caso seja eleito presidente. "O Serra não gosta de pobre. […] O cara se elege prefeito de São Paulo, nomeia para a Prefeitura setores conservadores, como o DEM, e depois fica posando de progressista", declarou.

Candidatura à Presidência

Ciro Gomes disse estar decidido a concorrer à Presidência em 2010. "Já tomei a decisão. Agora só falta romper a barreira no meu partido. […] Eu sei que iríamos sozinhos [na candidatura à Presidência], mas isso não é tão ruim. Ir sozinho permite falar com mais pureza, com mais clareza doutrinária".

O deputado não descartou, no entanto, a possibilidade de disputar o governo de São Paulo em 2010. "Pretendo concorrer à Presidência, mas não descarto ser candidato ao governo de São Paulo. Até março tudo isso estará definido".

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