Papa Francisco defende salário igual para homens e mulheres

Publicado 30/04/2015
Igreja Católica volta a assumir posições progressistas no Brasil e no mundo. Na semana passada a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) criticou o projeto de lei 4330/2004, que liquida a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), a proposta de redução da maioridade penal para 16 anos, entre outras questões importantes para a sociedade brasileira em tramitação no Congresso Nacional. Agora foi a vez do Papa Francisco.
Em sua missa rotineira no Vaticano, o Papa Francisco defendeu salários iguais para homens e mulheres que exerçam a mesma função. “Por que é dado como certo que mulheres devem ganhar menos que homens? Não! Elas possuem os mesmos direitos. A discrepância é um escândalo”, questionou o sumo pontífice.
A secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, Ivânia Pereira vê com bons olhos a declaração papal. “É muito importante o líder católico mostrar-se afinado com as mudanças necessárias para a construção de um mundo mais igual”, defende. Ela lembra que no Brasil, “apesar de todos os avanços e do fato de as mulheres estarem aperfeiçoando-se e aprimorando conhecimentos, elas ainda ganham cerca de 30% a menos que os homens”.
Ivânia defende direitos iguais
Ivânia lembra que a central realiza o 2º Encontro Nacional da Mulher Trabalhadora entre os dias 22 e 24 de maio com o tema Reforma Política, Democracia, Poder e Igualdade para as Mulheres. “O nosso segundo encontro que acontecerá em Brasília debaterá todos os assuntos pertinentes às questões de gênero como o combate à violência, a divisão das tarefas domésticas, mais mulheres na política e igualdade salarial, entre outros”, ressalta a dirigente da CTB.
Arquivos do Vaticano sobre ditadura argentina
O Papa quer também tornar públicos e digitalizados os arquivos do Vaticano sobre a ditadura militar em seu país, a Argentina (1976-1983). As iniciativas poderiam ajudar em processos judiciais sobre crimes cometidos pelo regime militar. O Papa analisou pedidos de organizações de defesa dos direitos humanos da Argentina e agora o Vaticano já teria começado a trabalhar no processo prévio à abertura dos arquivos. No ano passado, o Papa permitiu a divulgação de cartas escritas pelo bispo de La Rioja, Enrique Angelelli, assassinado durante a ditadura. Os documentos foram cruciais para condenar os assassinos.
Por Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB com agências