Nova derrota da Lava Jato: Lewandowski retira sigilo de processo no STF com mensagens da Operação Spoofing

Publicado 01/02/2021
Procuradores da Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro (hoje empregado em uma multinacional dos EUA) sofreram uma nova derrota no STF em ação movida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que obteve acesso a mensagens comprometedoras da força tarefa sediada em Curitiba.
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (1º) a retirada do sigilo da ação que tramita na Corte na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve acesso a mensagens da Operação Spoofing.
As mensagens são parte da operação que, em julho de 2019, prendeu suspeitos de invadir celulares do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro e de integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
Na semana passada, Lewandowski determinou o acesso integral de Lula às mensagens apreendidas, depois que a Polícia Federal não entregou o material de acordo com o que determinava decisão anterior do ministro.
Também na semana passada, procuradores da República, entre eles o ex-coordenador da operação que abriu caminho para o golpe de 2016 e a condenação ilegal de Lula, Deltan Dallagnol, pediram que o ministro reconsidere a decisão.
Eles estão desesperados com a publicização das mensagens que evidenciam a parcialidade de Moro e as ligações perigosas da República de Curitiba com os EUA. Dallagnol, que tentou se apropriar de US$ 2,5 bilhões da Petrobras numa negociata obscura com o imperialismo, chegou a ser chamado de gângster pelo ministro Gilmar Mendes, do STF.
Pedem que as mensagens não sejam entregues a Lula ou, caso já tenham sigo entregues, que ele seja obrigado a devolvê-las e seja impedido de utilizá-las. Se a decisão não for reconsiderada, o pedido é para que o caso seja pautado com urgência no plenário do STF. É de se perguntar a razão de tanto medo da transparência.
Em dezembro, Lewandowski já havia determinado o acesso de Lula ao teor de parte das mensagens, aquelas que tratassem do ex-presidente, direta ou indiretamente, e relacionadas a investigações e ações penais de Lula na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba ou em qualquer outra jurisdição, ainda que estrangeira.
Ao STF, os advogados de Lula disseram que a ordem de Lewandowski não foi integralmente cumprida. Em novo despacho assinado no dia 22 de janeiro, o ministro determinou que a PF garanta acesso imediato à íntegra das mensagens apreendidas na Spoofing e não apenas às que foram localizadas com Walter Delgatti Neto, apontado como líder do grupo de hackers.
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