Nos últimos 10 anos, varejo foi destaque na diminuição do emprego informal

Publicado 10/12/2014
Apresentado na quarta-feira passada (3), um estudo feito pela consultoria McKinsey a pedido do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) indicou que, nos últimos dez anos, foi registrada queda de 15% do emprego informal no país, redução observada em todos os setores econômicos brasileiros.
Em 2002, 55% dos brasileiros trabalhavam de maneira informal. No ano de 2012, esse percentual foi reduzido para 40. Ainda que o percentual elevado atinja muitos brasileiros, é observado melhora significativa no objetivo da diminuição de pobreza no país.
“É de extrema importância para o desenvolvimento do país a queda desses índices de empregos precários. Este é um caminho para zerar esse índice tão negativo”, disse o secretário de políticas públicas da CTB, Rogério Nunes.
O setor que lidera a redução do emprego informal é o comércio, que registrava em 2002 54% de trabalhadores informais. Dez anos depois, esse dado registrou queda para 38% (uma redução de 16 pontos percentuais). Os números revelaram a maior alta de emprego formal por conta da abertura de 811 mil lojas, que gerou 3,8 milhões de novos empregos e registrou elevação de 18,2% para 26% na participação do varejo no PIB (Produto interno Bruto).
Alguns fatores contribuíram na redução da informalidade, como o aumento da arrecadação fiscal, a substituição tributária, o fortalecimento da fiscalização e as mudanças estratégicas das empresas. A ampliação dos meios de pagamento eletrônico e o aumento do número de shopping centers pelo país também contribuíram para a melhora do quadro. Farmácias, postos de combustível, lojas de alimentos e eletroeletrônicos foram os subsetores que mais se destacaram na redução.
Diferentes evoluções
Dos setores pesquisados, os que menos registraram redução de informalidade empregatícia foram o de construção e o de vestuário. O processo de produção em cadeia que esses setores utilizam ainda permite práticas ou modelos de negócios informais em uma parcela relevante do mercado, como apontou o levantamento. Já os setores que ainda concentram mais trabalhadores informais são o agrícola, o de construção civil e os empregos domésticos.
“Como mostram os dados da pesquisa, a maior parte do comércio é localizado nos centros urbanos do país, e esses são os que mais concentram a diminuição da empregabilidade informal. Este fato demonstra que o governo necessita ter mais meios de fiscalização ou orgãos ligados ao direito do trabalhador, como as Delegacias Regionais de Trabalho (DRT). Elas são pouco presentes nos interiores brasileiros, regiões que concentram os setores agrícolas e parte da construção civil”, disse Rogério.
Nem tão ruins, os setores de alojamento, alimentação, comércio, transporte, armazenagem, comunicação e indústria acumulam uma concentração média de informalidade. No limite positivo deste espectro, a pesquisa revela que os cargos públicos estão na área que tradicionalmente emprega menos trabalhadores informais.
Por Arthur Dafs