Moro quer federalizar caso Marielle para blindar Clã Bolsonaro

Publicado 21/11/2019
Em entrevista ao Jornal da CBN, o ministro da Justiça e Segurança Pública disse que envolver Bolsonaro no crime “é total disparate” e defendeu a federalização do inquérito. O pretexto é para evitar a politização do caso, mas para família seria um retrocesso.
Moro afirma que há indícios de fraude no inquérito que investiga a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. ‘Há ‘um possível envolvimento fraudulento do nome do presidente’, disse ao Jornal da CBN.
Pau mandado
Moro ainda declarou que não sabe de onde o ex-ministro Gustavo Bebianno tirou a história de que Bolsonaro havia feito o convite ao Ministério da Justiça enquanto ele ainda julgava casos do PT. Ele alega que só se encontrou com Bolsonaro para definir sua participação no governo depois do resultado das eleições, mas admitiu um contato anterior com Paulo Guedes, que na sua pouco confiável versão queria apenas sondá-lo para saber qual seria sua reação caso fosse convidado a ser ministro.
O ministro de Jair Bolsonaro se esquivou de responder às duras críticas realizadas por Lula, alegando que é parte “do meu passado”. Sua conduta como ministro da Justiça, cargo que recebeu como prêmio por ter prendido o ex-presidente e liberado depoimento de Antonio Pallocci contra o PT seis dias antes das eleições presidenciais do ano passado, é uma evidência de que comandou a Lava Jato não como juiz mas como um quadro político da extrema direita, como também sugerem as mensagens que trocou com Deltan Dallagnol vazadas pelo Intercept e Folha de São Paulo.
Moro é agora uma espécie de capataz, ou melhor, um pau mandado do patrão Jair Bolsonaro e está firmemente empenhado em blindar o presidente e família contra investigações imparciais, apesar das múltiplas provas das estranhas e perigosas ligações do Clã com o crime organizado pela milícia carioca.