Marcha Virtual pela vida no dia 9 de junho aponta eixos para unir o Brasil contra coronavírus e pela democracia

Publicado 04/06/2020 - Atualizado 04/06/2020
Por Railídia Carvalho
Na próxima terça-feira (9) será realizada a Marcha Virtual pela Vida para chamar a atencão da sociedade brasileira para uma plataforma política que se baseia em seis eixos, entre eles, o direito à vida, a defesa do SUS, da ciência e da democracia. Nove entidades da sociedade civil se uniram para reafirmar uma plataforma de atuação neste cenário de uma crise política, que ameaça a democracia, e da pandemia do coronavírus, que vitimou 32 mil pessoas e identificou 584 mil casos da doença.
A programação da Marcha Virtual pela Vida se inicia às 9h e se estende até as 18h com tuitaços, um ato político virtual em Brasília, depoimentos e apresentações culturais. A Marcha Virtual pela Vida se baseia em uma declaração que, entre outros eixos norteadores, afirma que o combate à pandemia deve ser feito com base científica e destaca o papel estratégico do SUS na preservação das vidas.
Um movimento para unir todo o Brasil
Ex-presidente do Conselho Nacional de Saúde e atual presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), Ronald dos Santos (foto), afirmou ao Portal CTB que os eixos que fundamentam a Marcha pela Vida podem aglutinar a sociedade brasileira na frente ampla que setores progressistas e democráticos vem defendendo. “Essa pauta pode ser a linha de costura da frente ampla que a conjuntura exige”. Na opinião dele, os valores defendidos pela Marcha “dão conta de construir uma plataforma para esses mais de 70%, talvez”.
Ronald se referiu à iniciativa Somos 70%, mobilização suprapartidária que tomou as redes sociais em defesa da democracia e contra o governo de Jair Bolsonaro. Os valores da Marcha Virtual pela Vida são a defesa da vida, a valorização da ciência, a defesa dos SUS, o meio-ambiente, a solidariedade e a democracia.
“O centro aqui não é o indivídio, não é a competiçao, não é a eliminação do outro, não é a lei dos mais forte e do que tem porte de atleta. A defesa da vida ganhou centralidade em função da pandemia. Vai passar de 40 mil mortos talvez nesta semana. Não é algo imaginário. E isto está na preocupação de cada trabalhador, trabalhadora, população negra”, reiterou Ronald.
Defesa da vida está no centro do debate
Ele reforçou a importância dos sindicatos atuando a partir da plataforma da Marcha pela Vida. “O debate da saúde é o centro hoje. Não é um debate secundário, terciário”. Para que se materialize, a Marcha pela vida precisa chegar às diversas camadas da população, observou o dirigente da Fenafar.
“Quem está puxando a atividade são organizações de mulheres, movimentos LGBT, movimento negro, academia, reitores, institutos federais”, enumerou Ronald. Ele vê como primordial que entidades como UNE e ANPG fortaleçam, através das próprias estruturas organizativas, os temas defendidos pela Marcha assim como vê como fundamental que a plataforma da Marcha seja compartilhada pelos sindicatos nas bases.
As entidades organizadoras da marcha são: Conselho Nacional de Saúde (CNS), Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), Rede Unida, Sociedade Brasileira de Bioética (SBB), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Conselho Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Programação da Marcha Virtual pela Vida no dia 9 de Junho
9h -12h: Atividades das Entidades e Movimentos
12h-13h: Tuitaço com a hashtag #MarchaPelaVida e uma Manifestação Virtual em Brasília, por meio do Manif.app
13h-15h: Painel de depoimentos de pessoas de todos os setores sociais em torno dos 6 eixos do documento-base da Frente pela Vida;
16h: Ato político de apresentação pública e, também, possivelmente no Congresso Nacional dos pontos essenciais da Marcha pela Vida contidos no documento-base.
18h-19h: Programação cultural
