Lula recorre à ONU contra Sergio Moro e Dilma diz que vencerá o impeachment

Publicado 29/07/2016
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou com recurso ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) contra os abusos cometidos pelo juiz Sergio Moro, nesta quinta-feira (28), em Genebra, na Suíça.
De acordo com o advogado de Lula, Geoffrey Robertson – que defendeu Julian Assange, Mike Tyson e o autor indiano Salman Rushdie – o ex-presidente tomou essa decisão “porque ele não consegue ter justiça sob o sistema judicial inquisitório do Brasil”.
Charge de Vítor Teixeira
Inclusive, o ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos no governo de Fernando Henrique Cardoso, Paulo Sérgio Pinheiro, declarou ao jornal francês “Le Monde Diplomatique”: “O Judiciário alterna omissão e intervenções deliberadas a favor do pacto elitista. A grande mídia dispensa qualquer análise crítica, pois abraçou e adulou o golpe (contra Dilma) desde o primeiro dia”.
Por isso, o renomado advogado norte-americano argumenta que “os juízes não podem ser acusadores, não podem estar tão envolvidos na investigação” e, muito menos, “prender antes do julgamento”.
Assista o vídeo abaixo com depoimento completo
Em entrevista a Wellignton Calasans, do blog O Cafezinho, o ex-presidente afirma que “nós temos um comportamento autoritário da imprensa brasileira, nós temos um comportamento equivocado de setores do Ministério Público brasileiro, nós temos um estado de exceção com o comportamento da própria Polícia Federal”.
“Por isso, eu acho que nós estamos vivendo quase que um estado de exceção mesmo. Eu diria uma situação que envergonha o Brasil no mundo, porque o Brasil não está nem respeitando internamente a Constituição nem está respeitando a democracia”, complementa Lula.
Ouça o áudio completo da entrevista
Dilma diz que vai voltar
Nesta semana, a presidenta Dilma Rousseff concedeu entrevista à revista norte-americana “Time”, onde declarou que vencerá o impeachment e voltará ao governo porque “o Brasil precisa voltar a crescer. E precisa crescer novamente de uma forma que não vá contra os interesses de milhares de brasileiros que deixaram a pobreza e que entraram na classe média”.
Ela defendeu uma reforma no sistema político brasileiro e a realização de um plebiscito para dar legitimidade a quem assumir o próximo governo. Para ela, o golpe de Estado em curso no país “foi misoginista”, porque “o fato de que uma mulher se tornou presidenta da República dá vazão a pensamentos sobre as mulheres muito comuns, muito estereotipados”.
Leia a entrevista completa original aqui e a tradução feita pelo Portal Vermelho aqui.
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy com agências