Golpistas são alvo de uma mega operação da Polícia Federal nesta quinta-feira

Durante a cerimônia de diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio da Silva, segunda (12) em Brasília, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, garantiu que os bolsonaristas golpistas que usam de violência e manifestações ilegítimas para tumultuar o cenário político com o propósito de impedir a posse de Lula estão sendo identificados e serão punidos. Não estava jogando palavras ao vento.

Esta quinta-feira (15) amanheceu agitada por uma mega operação da Polícia Federal determinada pelo ministro. Consta na agenda da PF a execução de mais de 100 mandatos de busca e apreensão em residências e escritórios de pessoas físicas e jurídicas que participaram ou estão participando direta ou indiretamente, através de financiamento, dos atos e manifestações golpistas registrados em várias regiões e estados do país após a proclamação do resultado do segundo turno da eleição presidencial.

As buscas ocorrem em oito estados (Acre, Amazônia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia e Santa Catarina) e no Distrito Federal. No ES foram realizados 23 mandatos de busca e apreensão e quatro mandatos de prisão. Na mira da PF estão os deputados capixabas Carlos Von (DC) e Capitão Assunção (PL).

A vontade majoritária do povo, traduzida nas urnas, foi transparente e é muito eloquente. Apesar de todas as manobras ilegais, da PEC eleitoreira, da instrumentalização da PRF e da PF, das ameaças, da violência, do inusitado assédio eleitoral dos patrões, o líder do neofascismo brasileiro, Jair Bolsonaro, foi derrotado. Mas o presidente extremista até hoje não reconheceu a derrota e, inconsolável, aposta as últimas fichas num golpe de Estado e, do Palácio do Planalto, segue incendiando os ânimos de seus seguidores e estimulando manifestações extremistas.

Interesses e luta de classes

Na operação em curso estão sendo apreendidos celulares, computadores e documentos. Gordas contas bancários dos financiadores das manifestações golpistas já foram bloqueadas. O objetivo é secar a fonte de recursos que cobrem os elevados custos e garantem a logística de atos fascistas como a longa vigília diante de quartéis militares pela intervenção dos militares contra o Estado Democrático de Direito. Assegurar a posse pacífica e tranquila de Lula tornou-se uma questão de honra para o ministro Alexandre de Moraes e o TSE.

Na lista de golpistas que a PF tem em mãos destaca-se a presença de dezenas de empresários bolsonaristas, segundo informações da CNN. Trata-se de gente rica, de fino trato, que em geral se considera acima de qualquer suspeita e livre para agir à margem da lei, sempre pretextando a defesa da liberdade de expressão e da democracia.

As manifestações golpistas verificadas após 30 de outubro nada têm de espontâneas. São definidas previamente nos marcos de uma estratégia meticulosamente planejada por líderes golpistas e fartamente financiada por empresários poderosos, que não colheram os frutos desejados da infame campanha de assédio eleitoral contra os trabalhadores desencadeada durante o pleito, com maior intensidade nas vésperas do segundo turno.

A forte participação do empresariado expõe o caráter de classes da luta política nacional e também coloca em evidência o DNA golpista da burguesia brasileira, que agora namora o fascismo. Bolsonaro fez questão de demonstrar uma fidelidade canina a esta classe. Seu projeto de criar a carteira de trabalho verde e amarelo, sem as garantias da CLT, encantou o patronato. A boiada no meio ambiente alimentou a ganância de madeireiros inescrupulosos e de parcela apreciável do chamado agronegócio.

São interesses dessa laia, geralmente escusos, que orientam as ações dos golpistas, entre os quais não é possível identificar um único representante da nossa classe trabalhadora ou do povo. Mesmo o suposto indígena é uma infame farsa.

Fascistas e vivandeiras de quartel não passarão!

Vitória plena da democracia

Cito, para concluir, as palavras do valoroso ministro Alexandre de Moraes no discurso proferido durante a diplomação de Lula:

“Nas eleições de 2022, a presente diplomação tem um duplo significado, pois, além do reconhecimento da regularidade e da legitimidade da vitória da chapa do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-Presidente Geraldo Alckmin; essa diplomação atesta a vitória plena e incontestável da Democracia e do Estado de Direito contra os ataques antidemocráticos, contra a desinformação e contra o discurso de ódio proferidos por diversos grupos organizados que, já identificados, garanto serão integralmente responsabilizados. Para que isso não retorne nas próximas eleições.”

Umberto Martins

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