Flávio Dino dribla Bolsonaro

Carga vinda da China teve de passar pela Etiópia para chegar a São Luís - Divulgação

Para conseguir 107 respiradores e 200 mil máscaras da China para seu estado, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), teve de fazer verdadeiro malabarismo. Para driblar as barreiras impostas pelo governo Bolsonaro, a alternativa foi alterar a rota de compra, trazendo as mercadorias via Etiópia. Após passar por São Paulo, a carga foi para o Maranhão, onde passou pela inspeção da Receita Federal, evitando uma possível retenção.

Anteriormente, em três oportunidades, os equipamentos passaram pelos Estados Unidos e Alemanha, que pagaram mais aos fornecedores chineses e ficaram com os respiradores. E também pelo Governo federal, que confiscou os produtos para distribuir conforme suas prioridades.

De acordo o governo maranhense e o jornal Folha de S.Paulo, parte dos equipamentos foi comprada com recursos doados pela iniciativa privada. A Secretaria Estadual de Saúde informou que empresários locais já doaram mais de R$ 10 milhões para o combate ao covid-19.

“Se não fizéssemos dessa forma, demoraríamos três meses para conseguir essa quantidade de respiradores. Assim que os equipamentos chegaram já os conectamos para ampliar a nossa oferta de leitos de UTI”, disse ao jornal o secretário estadual de Indústria e Comércio, Simplício Araújo. Segundo ele, 60% dos leitos de UTIs do estado estão ocupados.

A operação teria custado R$ 6 milhões. O governo estadual anuncia que mais 80 respiradores chegarão ao Maranhão nos próximos dias. “Vários estados estão com problemas similares. Pedimos ajuda de transporte ao governo federal e não conseguimos. Penso que até o avião presidencial deveria ser usado para buscar equipamentos de saúde comprados na China ou outro país. Nada é mais importante no momento”, disse Flávio Dino no Twitter.

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