Em primeira reunião com Prates, FUP propõe debate sobre novo PE e cobra suspensão imediata dos descontos da AMS

Fotos: Mariana Bomfim e Paulo Neves

Em reunião nesta sexta-feira (27) com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a FUP e seus sindicatos deram início ao processo de diálogo com a nova diretoria da empresa, enfatizando a relevância do resgate da função social da companhia na reconstrução do Brasil. O encontro aconteceu no dia seguinte à nomeação do ex-senador para comandar a companhia, o que demonstra que a interlocução com a gestão da empresa está sendo retomada, após anos de interditação imposta pelos governos Temer e Bolsonaro.

As lideranças sindicais ressaltaram a importância da valorização do diálogo para além das pautas corporativas e reafirmaram o compromisso histórico das petroleiras e petroleiros com a defesa da soberania nacional e da democracia.

Em sua fala inicial, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, elencou as principais lutas travadas pela categoria contra a desintegração e a privatização do Sistema Petrobras, o desmonte da Lei de Partilha do Pré-Sal e das políticas públicas do setor de óleo e gás e na resistência contra o fascismo e os ataques ao Estado Democrático de Direito.

Ele também destacou os diversos enfrentamentos das trabalhadoras e trabalhadores petroleiros para manter os empregos e os direitos históricos da categoria, ao lembrar que os dirigentes sindicais chegaram a ter o acesso às unidades da empresa impedido pela gestão bolsonarista.

O presidente da Petrobras afirmou que terá sempre um diálogo aberto e permanente com o movimento sindical e os trabalhadores e ressaltou a importância do processo para “remontar” a empresa. “Lula confiou em mim na condução desse projeto. A Petrobras precisa ser remontada e essa é apenas a primeira de muitas outras reuniões que precisaremos ter”, disse Jean Paul Prates.

Ao lado dele na mesa, estavam o ex-conselheiro eleito da Petrobras, Danilo Silva, o pesquisador do Ineep, Henrique Jagüer, e Sérgio Caetano Leite, subsecretário do Consórcio do Nordeste, que o assessoram na presidência.

A FUP reafirmou a importância da luta sindical no processo de resistência, destacando que a organização da categoria foi fundamental para impedir a privatização por completo da Petrobras, como tentaram os presidentes que conduziram a empresa nos governos Temer e Bolsonaro.

“Nos reunimos aqui para afirmar que queremos participar do processo de reconstrução da Petrobras, o que não significa abrir mão da nossa autonomia e independência enquanto movimento sindical classista. Nosso DNA é de luta e resistência. E é na luta que seguiremos atuando pela reversão das privatizações, por uma Petrobras pública e por condições dignas de trabalho para toda a categoria, ativa e aposentados, trabalhadores próprios e terceirizados”, frisou Deyvid.

Uma das questões bastante enfatizadas pelos dirigentes sindicais foram os ataques da antiga gestão contra os aposentados e pensionistas, que têm sido penalizados com cobranças abusivas na AMS e na Petros, a ponto de terem mais de 50% de seus contracheques comprometidos. A FUP cobrou a suspensão imediata desses descontos.

“É inadmissível que trabalhadoras e trabalhadores que dedicaram suas vidas inteiras à Petrobrás tenham que viver em situação de penúria, por conta de uma gestão que odiava os trabalhadores”, afirmou o coordenador da entidade.

Durante a reunião, as direções sindicais entregaram ao presidente Jean Paul Prates documento em que a FUP cobra um calendário de reuniões para apresentação e contribuições para o novo Plano Estratégico da Petrobras e formaliza uma série de propostas para a reconstrução da empresa. No documento, também é proposta a instalação de um processo de negociação permanente com os gestores da empresa, tanto em nível nacional, quanto local, com fortalecimento dos Grupos de Trabalhos e Comissões previstos no Acordo Coletivo de Trabalho.

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