Centrais emitem nota condenando invasão da Câmara: “Ódio e intolerância política”

Publicado 17/11/2016 - Atualizado 31/07/2019
Depois do episódio lamentável da última quarta-feira (16), em que cerca de 40 manifestantes paralisaram a Câmara dos Deputados para pedir uma intervenção militar no Brasil, as centrais sindicais se reuniram e emitiram uma nota oficial de repúdio ao gesto.
Os manifestantes de extrema-direita invadiram o plenário do Congresso por volta das 15h30, quebrando a porta de vidro na entrada. Naquele momento, o primeiro vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), presidia uma sessão com menos de dez deputados presentes. Houve tumulto com os policiais legislativos, e um parlamentar foi chutado enquanto recolhia seus pertences.
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Entre gritos de “Viva Sérgio Moro” e apologia aos militares, os fascistas disseram que não sairiam enquanto não falassem com Michel Temer – um “comunista”, na visão dos invasores.
As centrais alertaram para a escalada de “diversas manifestações de ódio e intolerância política” representada no ato. Confira a nota:
NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS SOBRE A INVASÃO DO PLENÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
A invasão do plenário da Câmara dos Deputados por um grupo de aproximadamente quarenta fascistas na tarde de ontem (16/11), defensor da intervenção militar e da supressão das garantias constitucionais, consiste num grave episódio contra a Constituição e a democracia brasileira, e deve ser duramente repelida por todas as forças democráticas do País e pelas mais altas instituições da República.
A invasão de ontem soma-se a diversas manifestações de ódio e intolerância política promovidas por grupos radicais, antidemocráticos e minoritários, interessados em conturbar ainda mais o ambiente político e, assim, criar as condições para atacar a democracia e os direitos políticos, sociais e trabalhistas.
Não é possível ser conivente com manifestações que visem solapar a democracia duramente conquistada.
São Paulo, 17 de novembro de 2016.
Adilson Araújo – Presidente da CTB
Vagner Freitas – Presidente da CUT
Paulo Pereira da Silva – Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah – Presidente da UGT
José Calixto Ramos – Presidente da NCST
Antonio Neto – Presidente da CSB”
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