Acuado pela CPI do Genocídio, Bolsonaro insinua que China criou covid-19 para guerra química

Publicado 05/05/2021 - Atualizado 05/05/2021
O presidente Jair Bolsonaro parece estar perdendo o sono e o pouco que lhe resta de lucidez com a CPI da covid em curso no Senado, um holofote muito eloquente sobre os crimes do governo traduzidos na política ou antipolítica sanitária imposta ao país pelo chefe do Executivo. Acuado, ele busca refúgio em teorias conspiratórias contra a China. Uma tática diversionista que pode custar caro ao Brasil e também contribui para isolar ainda mais o líder da extrema direita.
“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou se nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí”, vociferou Bolsonaro. “Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês”, completou.
A alusão à China é transparente. A teoria em tela, produto de mentes doentias, não tem correspondência com a realidade e já foi descartada por cientistas e pela OMS. Mas o presidente Fake News, que se comporta como um vira-lata diante dos EUA, nunca teve compromisso com a verdade e não tá nem aí para isto.
O que ele mais quer é jogar uma cortina de fumaças sobre o genocídio que está cometendo e é o objeto de investigação da CPI instalada no Senado.
O presidente também não parece preocupado com os prejuízos que sua insensatez vai impor à nação. A China tem uma parceria estratégica com o Brasil que data do governo FHC e dela hoje o país depende não apenas em matéria de comércio e investimentos, mas também – o que neste momento é mais relevante – para aquisição e produção de vacinas.
Em guerra contra as medidas de isolamento social adotadas por governadores para preservar vidas, o político neofascista também afirmou nesta quarta-feira (5) que avalia editar um decreto para garantir a “liberdade de culto, de poder trabalhar e o direito de ir e vir”. De acordo com ele, a medida “não poderá ser contestada por nenhum tribunal”. “Não podemos continuar com essa política de feche tudo, fique em casa”, bravateou.
Conforme o presidente da CPI da covid, Omar Aziz, observou ao comentar as bobagens proferidas pelo ocupante do Palácio do Planalto nesta quarta-feira (5), Bolsonaro está adicionando novas dificuldades ao combate à pandemia e à sua própria e frágil situação na comissão instalada pelo Senado.
Umberto Martins