Aos movimentos populares, Lula diz que precisa ser cobrado para conseguir avançar

Na última sexta-feira (27), o pré-candidato à presidência, Lula, e seu vice, Geraldo Alckmin, participaram de um encontro com movimentos populares na capital paulista. As 87entidades presentes apresentam uma agenda com dez propostas para a superação da crise e reconstrução do Brasil, e exigiram que as propostas sejam incorporadas ao programa de governo.

Em clima de festa, as entidades receberam Lula e Alckmin com uma belíssima mística, seguida da leitura de uma carta do povo brasileiro ao ex-presidente. Dirigentes da CTB participaram da leitura da Carta: René Vicente, Cláudia Rodrigues, a Claudinha, e Antônio Pedro de Souza, o Tonhão.

A CTB esteve presente no ato de Lula com os movimentos populares

Diferente de outros discursos recentes, desta vez Lula foi menos conciliador, mas disse que para avançar nas mudanças que o Brasil precisa, os movimentos sociais devem estar nas ruas pressionando o governo.

O ato aconteceu poucos dias depois que Bolsonaro participou de um evento religioso em Curitiba e ameaçou que “só Deus me tira de lá” [do cargo de presidente]. Para responder a essa declaração, Lula recorreu ao ditado popular: “pois então Bolsonaro saiba que a voz do povo é a voz de Deus, e é o povo que vai tirar ele de lá”.

O pré-candidato começou seu discurso enviando uma mensagem de apoio e solidariedade ao presidenciável colombiano, Gustavo Petro, que agora está no segundo turno das eleições. E destacou a importância de a América Latina reconstruir a integração regional para avançar enquanto região, a fim de superar a crise pós-pandemia.

Cerca de mil lideranças de movimentos do campo e da cidade, mulheres, negros, sem-terra, estudantes, indígenas, juventude, ambientalistas e LGBTQIA+ participaram do ato e apresentaram suas demandas. A violência de Estado, cada vez mais intensificada pelas mãos de polícias estaduais e municipais, foi um dos temas mais abordados. Os movimentos exigem a desmilitarização e o fim da violência imediatamente. Os presentes fizeram um minuto de silêncio por Genivaldo, que foi assassinado pela polícia numa “câmara de gás” improvisada no camburão de uma viatura, em Sergipe.

A CTB participou da atividade, em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras, da valorização do salário mínimo, geração de emprego e fim da precarização do trabalho.