Com uma panfletagem na Estação de Trem do Brás, no Largo da Concórdia, em São Paulo, o Fórum Nacional das Mulheres Trabalhadoras Trabalhadoras das Centrais Sindicais lançou oficialmente, nesta quarta-feira (1º), a campanha Março Mulher, em referência ao mês que celebra o Dia Internacional das Mulheres. O grupo é formado pela CTB, CUT, Força Sindical, UGT, CSB, Intersindical e NSCT.
Confira aqui o panfleto da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil.
Violência contra Mulheres
Representante da CTB-SP, Gicélia Bittencourt citou em sua fala o último levantamento divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, segundo os quais 699 mulheres foram vítimas de feminicídio no primeiro semestre de 2022, uma média de quatro casos por dia.
“Hoje, no Brasil, nós mulheres, além de lutarmos por direitos, lutamos principalmente pelo nosso direito de ir e vir sem ser violentada. O Brasil hoje é um dos países que mais matam mulheres, que mais têm violência contra as mulheres e a gente não fala só de violência física. Nós falamos da violência da retirada de direitos e de serviços essenciais”, apontou a cetebista.
Menstruação sem Tabu
Em relação à realidade paulista, ela lembrou do recente veto do governador Tarcísio de Freitas ao projeto Menstruação sem Tabu, aprovado pela Assembleia Legislativa, para distribuir absorventes gratuitos em escolas, presídios e para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
“Hoje nós temos aqui o novo governador, aquele que veio lá do Rio de Janeiro, que não sabia nem onde votava no estado de São Paulo, e chegou aqui já tirando direitos. Nós temos uma política que foi aprovada recentemente pelo direito ao absorvente para as pessoas de baixa de renda. Ele foi lá e vetou o projeto, para que as pessoas não tenham direito a um item básico da sua higiene e saúde”, lamentou Gicélia.
Assédio nos transportes
Em meio à movimentação de centenas de pessoas que circulam diariamente nos trens, ela criticou a metodologia privatista do bolsonarismo e cobrou melhorias no transporte público da cidade, tanto em relação ao funcionamento, quanto sobre a superlotação e o assédio às mulheres em ônibus e locomotivas.
“Eles tinham um projeto de separar as mulheres em vagões para evitar o abuso sexual. Não é isso que nós queremos. Nós queremos é conviver com todo mundo. Nós queremos denunciar todo o desmando em relação às políticas de proteção às mulheres no país, pelo direito à vida das mulheres e pelos empregos que nós mulheres perdemos”, clamou Gicélia Bittencourt.
Encontro com Lula
Além da distribuição de panfletos, diversas outras ações estão programadas pela CTB para o Março Mulher. A principal delas será no dia 8 de março, quando as integrantes do fórum serão recebidas pelo presidente Lula, em evento no Palácio do Planalto.
“A nossa expectativa é grande para esse encontro porque o presidente prometeu anunciar, diante das representantes das centrais, algumas ações em atendimento às nossas propostas”, revelou a secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, Celina Arêas. Uma delas, já revelada pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, é a apresentação de um projeto de lei para garantir a igualdade de salário entre homens e mulheres no Brasil.
Encontro da FSM na Colômbia
No fim do mês, Celina ainda representará a Central nos dias 30 e 31 de março, em Bogotá, na Colômbia, durante o 2° Encontro da Mulher Sindicalista Latino-Americana, organizado pela Federação Sindical Mundial (FSM).