Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais divulga manifesto Pela Vida das Mulheres

Mulheres trabalhadoras organizadas se levantam em defesa da emancipação da classe trabalhadora com igualdade de gênero e raça e contra todas as formas de violência.

1.   O Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais reafirma sua luta em defesa da igualdade de gênero na vida, no trabalho e na sociedade e se levanta contra o preconceito, o racismo e todas as formas de discriminação que vitimiza milhões de mulheres.    CELINA -CTB

2.  Nesse dia 10 de dezembro, dia internacional “DOS DIREITOS HUMANOS” os 21 dias de ativismo pela ELIMINAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, alerta sobre a necessidade urgente, de políticas e ações de combate a todas as formas de violência a que NÓS Mulheres vivenciamos todos os dias, seja no trabalho, com menores salários, assédio e maior desemprego, seja na vida pública, com ações de intimidação, vide as eleições municipais de 2020

3.  Entendemos que o combate à violência, deve ser assumido pelo conjunto da sociedade e o movimento sindical tem papel determinante nesse processo. Somos nós, as mulheres trabalhadoras, em especial as negras, as principais vítimas de violência. No mundo do trabalho, estão nos piores trabalhos,  estamos na informalidade, desproteção temos menos salários, recebemos até 55% menos do que um homem branco. Na vida privada, somos a maioria das vítimas de feminicídio. A esta realidade, se somam a falta de acesso a políticas públicas de cuidados, como creches e cuidados de idosos e doentes. Esses fatores afetam a todas indistintamente, a exemplo das mulheres indígenas que não contaram com o poder público para vencer o desafio de não sucumbir ao COVID-19 e nem aos incêndios.    

4.   O Brasil tem se tornado um país ruim para as mulheres. Segundo o 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2019, a cada dois minutos uma mulher foi agredida no Brasil, quadro potencializado na pandemia com o isolamento social e o cotidiano com o agressor e 1.326 mulheres foram vítimas de feminicídio. O anuário aponta ainda, que a cada oito minutos uma mulher é estuprada no país, sendo que 57,9% dessas vítimas eram meninas de até 13 anos de idade. A maioria dos estupros ocorrem dentro de casa, por pessoas conhecidas ou familiares   .   MARIA EDNA- UGT 

5.   O crescimento vertiginoso da violência de gênero e de raça no país é fruto dos desmontes das políticas públicas voltadas às mulheres, à população negra, LGBTQI, indígena, juventude, crianças e idosos. Esse desmonte é parte do projeto político do atual governo, é a implementação da necropolítica do projeto neoliberal em marcha que aniquila os sonhos de homens e mulheres que lutam por uma vida digna.  SHIRLEY CSB

6.  A luta por uma sociedade   igual e   justa é constante. As mulheres sempre estivemos na linha de frente de todas as lutas e continuaremos, enquanto a cultura que estrutura o racismo e o patriarcado estiverem de pé no país e teimarem em destruir a nossa utopia de um mundo melhor. SONINHA-NCST

7. O Fórum Nacional das Mulheres Trabalhadoras das Centrais  conclama a todas e todos a permanecerem na resistência ao obscurantismo e a todas às violências de gênero, raça e classe que nos violenta e empurra o Brasil ao vergonhoso quinto (5º) lugar como país mais violento do mundo contra as mulheres, além da violência contra a população negra e LGBTQI.  VIVIAN-CGTB

Jamais desistiremos da luta por um país humano, (pausa)democrático, (pausa)soberano e com mais direitos àquelas e àqueles que vivem do próprio trabalho! PELA VIDA DAS MULHERES!( bem alto )

10 de dezembro de 2020

Fórum das Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais