Conttmaf exige acordo justo com Transpetro ou ‘restará a mobilização para a greve’

Os sindicatos marítimos coirmãos estiveram reunidos com a Transpetro na quarta-feira (25), na sede da empresa, no Rio de Janeiro, para dar continuidade às negociações.

Ainda sob gestão de presidente e diretores nomeados pelo governo anterior, a empresa ofereceu uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que não contempla as reivindicações essenciais elencadas pelas entidades sindicais, que buscam corrigir a defasagem em relação às demais empresas do setor marítimo.

Segundo avaliação do presidente do Sindmar e da Conttmaf, Carlos Müller, a proposta não tem condições de ser indicada para aceitação. Para ele, a Transpetro, claramente, usa a questão do pagamento dos dias em que os marítimos ficaram à sua disposição durante a quarentena para mascarar uma proposta “muito ruim”.

Ele ressalta que, em alguns casos, o nível inicial do plano de cargos e salários que a empresa oferece nem mesmo alcança a inflação em relação ao salário atual, o que manteria a Transpetro na “triste posição de menor salário praticado entre mais de uma centena de empresas da marinha mercante brasileira”.

“A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Aéreos, na Pesca e nos Portos (Conttmaf) iniciou a consulta com indicativo de rejeição, e caso não haja disposição da empresa em trazer avanços que a aproximem da prática do setor marítimo, restará a mobilização para a greve como última opção, para a qual a direção da empresa parece empurrar os marítimos”, declara Müller.

O dirigente sindical afirma que a Conttmaf vai seguir os trâmites dentro daquilo que a legislação exige, com indicação de todos os sindicatos para que haja uma forte rejeição.

“A proposta é desrespeitosa com o pessoal da guarnição e, para os oficiais, ela não alcança um reajuste que permita colocar a Transpetro no mesmo patamar e média das outras empresas. Está muito abaixo do esperado. Então, no nosso entendimento, o caminho possível é continuar a luta coletiva”, conclui.

A proposta de ACT fica disponível para consulta até as 12h (meio-dia) de quinta-feira, 2 de fevereiro.