O único propósito de Paulo Guedes é vender o Brasil, afirma Adilson Araújo

Em longa entrevista no programa Roda de Conversa aos jornalistas Osvaldo Bertolino, Luiz Manfredini e Jorge Gregory, o presidente da CTB, Adilson Araújo, afirmou nesta terça-feira (23) que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não tem um projeto para tirar o país da grave crise econômica em que está atolado.

“O único propósito de Paulo Guedes é vender o país”, ressaltou, numa crítica à política de privatizações, enfraquecimento das estatais, destruição de direitos trabalhistas e desmanche dos serviços públicos imposta pelo governo Bolsonaro.

Auxílio emergencial

Araújo defendeu a imediata restauração do auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 per capita e criticou a relutância do governo, bem como a proposta de um benefício rebaixado a R$ 250,00, que vem sendo cogitado pelo governo e líderes do Parlamento.

Em sua opinião, “R$ 250,00 não resolve, não é suficiente para bancar despesas elementares ou aliviar minimamente a situação desesperadora de quem não tem emprego nem renda”. Em dezembro de 2020, a cesta básica em São Paulo chegou a custar R$ 631,46, de acordo com os cálculos do Dieese.

Além disto, o presidente da CTB observou que é inaceitável o objetivo oportunista do Ministério da Economia de condicionar a concessão do auxílio a novos cortes nos gastos e investimentos públicos, comprometendo ainda mais a saúde e a educação, áreas essenciais ao desenvolvimento nacional.

Projeto nacional

A obsessão de Paulo Guedes pelo ajuste fiscal reflete a ideologia neoliberal de Estado mínimo, que tem provocado crises e revoltas na América Latina e não corresponde aos interesses da nação e do povo brasileiro.

Para tirar o país da crise será preciso mudar a política econômica e aumentar substancialmente a capacidade de investimentos públicos, o que pressupõe a revogação do Teto dos Gastos Públicos (decorrente da EC 95, aprovada no governo golpista de Michel Temer).

Araújo disse que o Brasil demanda hoje um novo projeto nacional de desenvolvimento, que não pode ficar a cargo das forças espontâneas do mercado e terá de ser conduzido pelo Estado. O sindicalista defendeu  “vacinação já” para todo o povo e um plano de combate ao desemprego, que também reclama urgência.