Com o apoio da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), os petroleiros de todo o país farão uma paralisação nacional na próxima sexta-feira (24). A mobilização exige a suspensão do programa de privatizações da Petrobras e a saída de indicados pela gestão bolsonarista, que seguem à frente da Diretoria Executiva e do Conselho de Administração da empresa.
Caso o pleito não seja atendido, a categoria promete iniciar a convocação de assembleias, a fim de avaliar a aprovação de uma greve geral. “A nossa paralisação nacional é justamente para solicitar que o governo Lula assuma o controle da Petrobras. Dentro dessa perspectiva, a gente prevê ainda a aprovação de estado de greve nas próximas semanas, caso as privatizações continuem. Basicamente, é uma denúncia de que a gestão bolsonarista ainda está na direção da Petrobras e precisa sair, para que a gente possa ter a implementação do programa que foi eleito nas urnas, contra as privatizações e pela retomada nos investimentos da Petrobras no Brasil”, advertiu Pedro Lúcio Góis, secretário-geral do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (Sindipetro-RN), filiado à CTB.
O principal questionamento da classe se refere à venda de ativos da companhia, a exemplo da Refinaria Landulpho Alves (BA) e Lubnor (CE), bem como dos polos de produção do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo.
“Mesmo após as eleições, a Presidência da República ainda não assumiu o controle completo da Petrobras. Isso se deve porque, apesar de o presidente interino [Jean Paul Prates] já ser indicado pelo governo Lula, toda a Diretoria Executiva e o Conselho de Administração ainda são indicados pelo governo anterior. Isso traz alguns conflitos de posicionamentos. Por exemplo, o Ministério de Minas e Energia, no dia 1º de março, solicitou que a Petrobras suspendesse os processos de privatização por 90 dias, em decorrência da revisão do programa energético nacional. Mesmo assim, a Diretoria Executiva atual, que ainda é indicada pelo governo anterior, disse que analisou o pedido e propôs a continuidade das privatizações”, criticou Pedro Lúcio.
Nesta sexta, também está prevista a avaliação da proposta de suspensão das privatizações pelo Conselho de Administração da estatal.