Aumento do salário de Zema é “indecente”, diz presidenta da CTB Minas

 

Mesmo com os 17 votos contrários da oposição, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou nesta quarta-feira (19), em segundo turno, o Projeto de Lei (PL) 415/2023 que reajusta em 298% o salário do governador Romeu Zema (Novo). O PL também aumenta os salários do vice-governador, dos secretários e adjuntos. O PL 358/23, a Reforma Administrativa, também foi aprovado.

Para a presidenta da CTB Minas, Valéria Morato, o aumento é indecente. “O governador não paga sequer o piso do magistério, que é direito dos servidores”, afirma. “Para si próprio e para os amigos tudo, já para os inimigos, nada. E é desta forma que ele enxerga o povo mineiro, os servidores e professores: como inimigos.”

De fato, Zema está em uma cruzada contra os servidores e contra o funcionalismo público. A Reforma Administrativa, proposição do próprio governador, abre brechas para a privatização da Educação e da Saúde mineiras. Além disso, ele tenta aprovar na ALMG a adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal, que congela os salários dos servidores por dez anos.

Ao mesmo tempo, o governador privilegia aliados. “Apesar das dívidas e do não pagamento do piso, Zema criou duas secretarias para abrigar seus comparsas”, afirma a dirigente. As regalias não param por aí. Zema tenta aprovar anistia bilionária e redução de IPVA para locadoras de veículos. O texto do PL favorece seu principal doador de campanha, Salim Mattar, que é proprietário da Localiza.