Contra o terrorismo de Estado na Colômbia, CTB reforça campanha da ComunicaSul que cobrirá eleições

Rede de comunicação colaborativa arrecada recursos para acompanhar disputa presidencial no país vizinho. “Contribuição do sindicalismo é essencial para disputar a mídia sob um olhar de classe”, afirmou Adilson

Com o compromisso de disponibilizar gratuitamente informações sobre a luta do povo colombiano contra o governo de Iván Duque e a construção de um país independente da cartilha estadunidense, a rede ComunicaSul de Comunicação Colaborativa está captando recursos para acompanhar as próximas eleições presidenciais.

Diante da necessidade de notícias direto da fonte, sem o manto de silêncio e mentira da grande mídia, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo dialogou com os jornalistas Caio Teixeira e Leonardo Wexell Severo, do ComunicaSul, reforçando o apoio à iniciativa.
“O continente latino-americano vive um processo novo, diferente deste último período no qual prevaleceu uma orientação voltada à restauração neoliberal. São movimentos que apontam para o caminho da resistência: a vitória no México, o alcance da vitória no Chile, a retomada da Bolívia e o reencontro do presidente Lula com a legalidade sinalizam para a possibilidade de uma efetiva mudança”, declarou Adilson.

Apesar destes avanços, afirmou, “além de compreender mais e melhor, é fundamental seguir defendendo a democracia, a soberania e, sobretudo, a autodeterminação das nações e dos povos”.

Para o líder da CTB, há necessidade de uma maior compreensão e envolvimento do sindicalismo na disputa política e ideológica, que diz respeito à comunicação. “O mundo vive sob um cerco em que a crise do capitalismo global tem tido um efeito dramático para a vida das pessoas e penso que, de forma singular, justifica que a gente possa efetivamente disputar a narrativa sob um olhar mais próximo dos sentimentos e anseios da classe trabalhadora, que é a principal vítima deste capitalismo excludente”, frisou.

Em razão desta narrativa é que a ação do ComunicaSul ganha relevo, apontou. “Por isso saúdo esse trabalho que leva a comunicação sob um olhar de classe, para que a possamos fortalecer o movimento de resistência e que sejamos capazes de criar um mundo mais humano e menos desigual”, acrescentou.
“Esta é a perspectiva que se deslumbra para a Colômbia, que vive sob um cerco do imperialismo norte-americano, nucleado pelo Departamento de Estado dos EUA, com vistas a dar curso a uma agenda vocacionada a um projeto de neocolônia”, condenou o presidente da CTB. É necessário romper com essa camisa de força, justificou Adilson, “e permitir um olhar mais apurado e dar vida a um ambiente mais próspero, soberano e democrático, no sentido da construção de uma sociedade igualitária livre das mazelas deste sistema capitalista”.

Assassinatos e impunidade

A Colômbia foi apontado recentemente como um dos países mais violentos do mundo devido ao padrão perturbador de “remoção de sindicatos” e “assassinatos com impunidade” de lideranças. Defendendo a necessidade da solidariedade militante, do ComunicaSul, o presidente da CUT-Colômbia, Francisco Maltés, recordou que desde 2016 cerca de 1.300 dirigentes foram assassinados, com muitos correndo risco de vida por defenderem direitos coletivos. Somente no ano passado, ao menos 135 foram mortos.

Pix

Com o compromisso de disponibilizar gratuitamente as informações sobre o processo eleitoral colombiano, o coletivo está captando recursos para viabilizar a ida de uma equipe de jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas por meio do Pix CNPJ 10.511.324/0001-48.

Desde a estreia da ComunicaSul na histórica eleição de Hugo Chávez, na Venezuela, em 2012, o coletivo realizou a cobertura da implantação da Lei de Meios de Comunicação na Argentina (2012); eleições equatorianas e venezuelanas (2013); processo eleitoral na Bolívia (2014); golpe de Estado contra o presidente boliviano Evo Morales (2018); impactos da previdência privada no Chile (2019); recuperação da democracia boliviana (2019); eleições presidenciais na Argentina (2019) e na Bolívia (2020); e eleições gerais no Chile (2021).

Além destas, também acompanhou processos de mobilização popular no Paraguai, Guatemala e Honduras, sempre focando no protagonismo dos movimentos sociais. Todos os conteúdos criados pelo coletivo são de livre reprodução, desde que citada a fonte e conferidos os devidos créditos.

O site da CTB vai veicular as reportagens, juntamente com o comunicasul.org