MG: Centrais sindicais emitem nota de apoio à greve dos servidores da educação

Em nota emitida nesta sexta-feira (11), as centrais sindicais em Minas Gerais declararam apoio à greve dos servidores da educação básica do estado, deflagrada na última quarta-feira (9), e repúdio à atitude do governador Romeu Zema (Novo) em judicializar a greve e negar diálogo com a categoria.

Os servidores da educação básica foram surpreendidos por uma determinação judicial que suspende a paralisação e obriga o retorno imediato ao trabalho sob pena de multa diária no valor de R$ 100 mil ao SindUTE/MG (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação em Minas Gerais), sem determinar audiência de mediação. 

A greve dos servidores é pela reposição do piso salarial, congelado há 5 anos. O acumulado chega a 56,62%. A proposta do governo é a reposição de 10,06%. O SindUTE/MG, em nota, afirmou que vai recorrer da decisão, solicitando, entre outras questões, que seja determinada audiência entre o governo do estado e o sindicato.

Assinam a nota de apoio: CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular Conlutas), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Pública Central do Servidor.

Leia a nota na íntegra:

 

NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS

Mais uma vez os trabalhadores de Minas Gerais foram desrespeitados pelo governo Zema (NOVO). Os servidores da educação básica, que deflagraram greve legítima na última quarta-feira (9) em luta por reposição salarial justa, foram surpreendidos por uma determinação judicial que suspende a paralisação e obriga o retorno imediato ao trabalho sob pena de multa diária no valor de R$ 100 mil ao SindUTE/MG (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação em Minas Gerais), sem determinar audiência de mediação.

Lembramos que o direito à greve é legítimo e assegurado pela Constituição de 88. A greve é instrumento de luta do trabalhador, que tanto tem sofrido com os ataques do governo estadual e federal. Governos que, diuturnamente, tentam retirar direitos e precarizar as relações trabalhistas, e oprimir a classe trabalhadora. A greve é a forma de defesa contra os desmandos e opressões de um governo que não valoriza o trabalhador, não valoriza a educação e que quer acabar com os serviços públicos.

Nós, das centrais sindicais, nos solidarizamos com os companheiros do SindUTE/MG , e com os servidores – que estão com os salários congelados há cinco anos, totalizando 56,62% de reajuste devido para que não haja perda salarial – e repudiamos mais esta atitude antidemocrática de Zema, que se nega ao diálogo e às negociações com a categoria.

Declaramos nosso apoio à greve dos servidores da educação básica. Não aceitaremos direitos a menos. Não vamos retroceder.

Belo Horizonte, 11 de março de 2022.