Em novo crime de racismo, jovem negro é espancado em supermercado após ser acusado de furto

Publicado 09/12/2020
Assim como nega a letalidade da covid-19, a “gripezinha” que já matou cerca de 180 mil brasileiros e brasileiras, o presidente Jair Bolsonaro também nega a existência do racismo no Brasil. Mas os fatos não se cansam de desmenti-lo.
Menos de um mês após o assassinato de João Alberto em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre , mais um homem negro foi agredido em um supermercado. O caso ocorreu na cidade de Várzea da Palma, em Minas Gerais. O discurso falso do governo, aliado à disseminação do ódio e da intolerância, tem estimulado a manifestação mais agressiva do racismo e dos preconceitos sociais.
Falsa acusação
Alex Alves Júnior da Silva foi acusado de roubar uma botina, mas câmeras de segurança mostram que o jovem comprou o produto em outro local
O dono do mercado, então, identificado como Rubens, teria aparecido armado junto a outros seguranças e arrastado o jovem para uma sala do estabelecimento, local da agressão.
“Me pegou, deu porrada na boca do estômago, na boca. Enquanto eu estava no chão, os dois me chutaram. O pessoal que estava dentro lá na hora, o pessoal ouviu eu falando que eu não estava errado e que eu ia provar que estava certo”, disse o jovem nas redes sociais.
A botina, pela qual foi acusado de roubo, Alex comprou em outro supermercado da região, conforme mostram as câmeras de segurança do estabelecimento. No supermercado em que apanhou, Alex experimentava uma sandália e queria comprar uma peça de frango para o almoço.
“Estou aqui no pronto socorro me recuperando das lesões causadas devido ao tratamento com racismo contra a minha pessoa. Me chamando de negro ladrão… Me arrastaram e fizeram isso comigo. Espero que não fique sequela nenhuma, porque apesar de não parecer a situação tá um pouco crítica”, disse Alex em vídeo gravado no hospital. Alex ficou com uma lesão no olho e várias escoriações pelo corpo.
Um cliente tentou filmar o momento em que os seguranças conduziram violentamente o jovem para uma sala reservada, mas foi impedido pelos funcionários.
“Hoje em dia tem que filmar tudo, matam a pessoa fácil, fácil.. Você não pode fazer isso, matou o cara do Carrefour desse jeito”, afirmava a mulher na gravação, antes de ser interrompida.
“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que um procedimento investigatório irá apurar as circunstâncias do fato, que ocorreu nesse final de semana. Nenhum envolvido foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil. A vítima será intimada a comparecer à unidade policial para as devidas providências”.
Com informações do iG
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