Bolsonaro quer a morte, diz economista ao comentar o veto a máscaras nas igrejas, comércio e escolas

Comportando-se, mais uma vez, com a irresponsabilidade de praxe e poderoso aliado do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) vetou trecho da lei aprovada pelo Congresso Nacional que obrigava o uso de máscaras principal equipamento de proteção individual contra o novo coronavírus (Covid-19), em estabelecimentos comerciais e industriais, templos religiosos e escolas.

O uso de máscaras é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas em saúde do Brasil e do mundo porque é a maneira mais eficaz e também barata de conter a disseminação do vírus, que já contaminou mais de dez milhões e novecentas mil pessoas no mundo e fez mais de 522 mil vítimas fatais.

No Brasil, o total de vítimas confirmadas subiu a 62,3 mil mortes e 1,5 milhão de casos, consolidando o país como o segundo colocado no mundo em óbitos pela covid-19. O governo Bolsonaro tem grande responsabilidade nesta tragédia.

Os vetos do presidente mostram que ele continua indiferente aos efeitos da doença que classificou como uma “gripezinha”. Indicam que ele “quer a morte”, conforme observou o economista e professor Thomas Conti em mensagem na rede social.


Thomas Conti@ThomasVContiMáscaras são forma mais barata de frear o Covid, mas Brasil levou 4 meses para ter lei nacional de uso. E Bolsonaro vetou obrigação na igreja, escola e comércio. Vetou fornecimento de máscara para os vulneráveis. Vetou campanha publicitária para uso de máscara. Ele quer a morte.

Os vetos 

Ao sancionar a lei, Bolsonaro manteve a obrigatoriedade do uso de máscaras nos transportes públicos, serviços de transporte por aplicativo e táxi, mas vetou a obrigatoriedade em locais fechados onde há reunião de pessoas, como em estabelecimentos comerciais e industriais, templos religiosos e locais de ensino.

De acordo com despacho publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira (3), Bolsonaro também vetou o trecho que obrigava os estabelecimentos, tanto públicos quanto privados, a fornecerem máscaras de proteção aos clientes e frequentadores.

Os vetos terão de ser analisados em sessão conjunta do Congresso Nacional, que decidirá se os mantêm ou derruba.

Críticas 

Em entrevista a RBA, o médico infectologista Evaldo Stanislau Affonso disse que é preciso educar as pessoas sobre a importância do uso de máscaras, disse que neste quesito Bolsonaro dá mau exemplo e pediu que o Congresso derrube os vetos.

“A gente precisa ensinar as pessoas a usarem máscara e isso é feito pelo bom exemplo. O presidente, que já dava maus exemplos ao não utilizá-la, ao fazer esse veto ele faz algo inclassificável, dentro da perspectiva da saúde pública. Esse veto é injustificável, com a menor empatia e respeito ao próximo”, criticou.

O especialista lembrou que a máscara é uma das medidas de prevenção à Covid-19, principalmente, em ambientes onde não é possível promover o distanciamento entre pessoas.

“O uso obrigatório de máscara é indicado para locais abertos com aglomeração de pessoa e ambientes fechados, como transporte público, escolas, comércios e escritórios. A máscara é essencial para a proteção”, explicou.