Ato político em Brasília marca a entrega do superpedido de impeachment

A entrega do superpedido de impeachment na Câmara Federal foi marcado por manifestações de protesto contra o governo. A peça tem 46 signatários, representantes de uma frente social e política ampla, com diferentes matizes políticas e ideológicas – de esquerda, centro e direita.

A ação unifica 124 pedidos de impeachment e representa uma variedade gama de entidades da sociedade civil, partidos políticos, parlamentares, cientistas, juristas, empresários, representantes dos povos indígenas, movimentos sociais, negros, de mulheres, estudantes, a CTB e outras centrais. Uma unidade contra o genocídio, o fascismo e a corrupção.

As lideranças que falaram durante o ato estão unidas por uma solução urgente para a crise que atormenta a nação brasileira e é consensual que isto passa pelo fim imediato do governo Bolsonaro.

Ato pelo impeachment de Bolsonaro em SP. [fotografo] Divulgação/MBL [/fotografo]

Luciana Santos, vice-presidenta do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) enalteceu a união na diversidade. “Estamos dando uma demonstração de unidade que referencia a pluralidade do povo brasileiro. O grito de hoje é o reflexo do grito dos negros e negras, dos indígenas, daqueles que lutam pelo respeito à sua orientação social, dos trabalhadores e trabalhadoras que têm os seus direitos atacados sistematicamente”, analisou.

A parlamentar comunista criticou a “privatização da Eletrobras no momento em que o Brasil está sob ameaça de nova crise energética” e defendeu o impeachment.

Ex-aliado de Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Frota, hoje no PSDB/SP, também valorizou a unidade de amplas forças para afastar o atual presidente.

“Bolsonaro tem atuado como um covarde e nós não podemos esquecer os mais de R$ 3 bilhões dados aos políticos do Centrão para barrar o impeachment. Precisamos da união de todos para tirar este lixo que está no poder”, exclamou.

Joice Hasselmann, deputada federal pelo PSL-SP, foi outra ex-bolsonarista que compareceu à manifestação, disse que o atual chefe do Palácio do Planalto “é o pior presidente da história da República, o homem que atacou todas as instituições e conseguiu desmoralizar até mesmo o Exército brasileiro, é inacreditável”.

Ele assinalou ainda, citando estudos de um especialista, que o Brasil poderia ter pelo menos 200 mil mortos a menos “se nós tivéssemos distanciamento social, vacina. Ele matou, porque ele tem a responsabilidade da caneta. Este homem começou cometendo crime e continua praticando crime como o morticínio que todos estamos vendo.”

Ja Alessandro Molan, líder da oposição na Câmara Federal, afirmou: “o mais grave é ver um governo vendendo a vida dos brasileiros por 1 dólar, é inaceitável. Fora Bolsonaro Já”.

Às ruas no dia 3

Diante da disposição manifesta do presidente da Câmara, Arthur Lira, de continuar ignorando os pedidos de impeachment, as lideranças da oposição consideram indispensável intensificar as mobilizações de rua para forçar o deputado a rever sua posição. Lira foi eleito com o decisivo apoio do presidente.

“Estamos mobilizando”, informou o presidente da CTB, Adilson Araújo. “A bandeira do impeachment e a convocação para as manifestações do próximo sábado (3) estão no centro dos congressos estaduais da CTB”, afirmou.

A expectativa é que os atos de sábado sejam ainda maiores do que os que foram realizados no dia 19 de junho, que segundo os organizadores levaram mais de 750 mil brasileiros e brasileiras às ruas.