No Pará, a multinacional Hydro propõe acordo coletivo rebaixado aos trabalhadores

Pará — Após exaustivas negociações por meio do Sindicato dos Químicos de Barcarena (Sindiquímicos), não se chegou a um consenso para o acordo coletivo deste ano. Com data-base em setembro, a Hydro Alunorte apresentou uma proposta sem ganho real recusada pelo sindicato.

A empresa multinacional Hydro Norsk, com sede na Noruega, garante direitos adequados aos seus trabalhadores naquele país, mas em Barcarena, no Brasil — onde está a base de seu poder econômico, pois é de onde extrai o minério que a torna uma das mais poderosas empresas do setor mundial — os trabalhadores são tratados sem o devido respeito e reconhecimento.

A Hydro quer impor aos trabalhadores um acordo coletivo rebaixado, sem qualquer ganho real, sem considerar que a categoria tem dado muito suor, atingindo metas exaustivas de produção, convivendo com a ganância da empresa que sequer se preocupa com a manutenção correta das instalações ou com a segurança dos equipamentos.

A mesma Hydro investe volumosos recursos em marketing, a exemplo do patrocínio a eventos da Prefeitura como no caso do Festival do Abacaxi, mesmo que nesse evento haja cobrança de ingressos.

Sindicato convoca assembleia

Sem o acordo na mesa, o Sindiquímicos convocou uma assembleia da categoria para esta sexta-feira (14), com o objetivo de decidir sobre a rejeição ou o aceite da proposta da Hydro. A diretoria do Sindicato indica a rejeição.

O presidente do Sindiquímicos Marcos Lobato afirma que “votar não é o caminho para levar ao retorno da mesa de negociação. Os donos da Hydro devem entender que a categoria não aceita o formato da exploração em curso”.

O sindicalista Gilvandro Santa Brígida, diretor do Sindiquímicos, entende que “é possível e necessário buscar um reajuste que recomponha o poder de compra dos salários”. Para ele, “rejeitar essa proposta rebaixada é a única resposta dos trabalhadores neste momento, para que a direção da empresa na Noruega entenda que deve respeitar o trabalhador brasileiro como fazem com os trabalhadores noruegueses”.