Vaza áudio em que equipe de Tarcísio mandou cinegrafista apagar vídeo de tiroteio em Paraisópolis, num sinal de que o suposto atentado não passou de armação

A criação de factóides e disseminação de Fake News são as armas de campanha que o bolsonarismo dispara com a intenção de angariar votos e virar o jogo eleitoral que parece solidamente orientado para a vitória do ex-presidente Lula.

Dias atrás o senador Flavio Rachacinha Bolsonaro publicou uma montagem que atribuía ao streamer e comentarista Casimiro Miguel, de 29 anos, a intenção de voto em Bolsonaro. O tiro saiu pela culatra, uma vez que o jovem rebateu o filho de Jair com mensagem no Twitter no Brasil que viralizou e rendeu mais de 1 milhão de curtidas em menos de 24h.

“Assim que acordei vi a montagem tosca feita com o intuito de enganar o eleitor a uma semana do 2° turno. Repudio a utilização da minha imagem sem autorização para fins eleitorais e reafirmo minha posição de insatisfação com o atual governo”, desabafou.

O cartunista João Montanaro nas redes sociais também foi vítima do senador da rachadinha, que fez montagem com uma ilustração de sua autoria deturpando a mensagem original (que era contra Jair Bolsonaro) com o propósito de ofender Lula.

Agora surgem indícios de que também o suposto atentado contra o bolsonarista Tarcício de Freitas, candidato da extrema direita a governador de São Paulo, em Paraisópoles, na zona oeste da capital paulista em 17 de outubro, não passou de grotesca armação.

Áudio obtido pelo jornal Folha de São Paulo mostra um comandante da campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ordenando um cinegrafista da bolsonarista Jovem Pan a apagar imagens do tiroteio em Paraisópolis, na zona oeste de São Paulo, no último dia 17, no local em que Tarcício estaia organizando um ato de sua campanha.

O profissional da emissora, que pediu para não ser identificado, fazia imagens da campanha do postulante ao Governo de São Paulo. Tarcísio estava na sede de um projeto social que inaugurou um polo universitário na favela quando um tiroteio entre policiais e suspeitos terminou com a morte de um supeito. O episódio foi fartamente explorado na campanha bolsonarista, que tratou de culpar Lula e o PT pelo suposto atentado.

Permanece sem resposta a pergunta formulada por Fernando Haddad:

“O que Tarcísio quer esconder?”

Foto: Reprodução/Record TV