Intensificar a campanha para derrotar Bolsonaro e eleger quem tem compromisso com a classe trabalhadora

Por Adilson Araújo, presidente da CTB

O próximo domingo, 2 de outubro, será um dia decisivo para o destino da classe trabalhadora e da nação brasileira. As eleições – para presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais – definirão se o país prosseguirá no rumo da barbárie neofascista ou dará um basta aos retrocessos para inaugurar uma nova época, de prosperidade, soberania e bem-estar social.  

Nesta reta final cabe ao conjunto da militância da nossa CTB redobrar os esforços de campanha tendo em vista dois objetivos fundamentais: derrotar Jair Bolsonaro e eleger candidatos e candidatas comprometidas com as causas da classe trabalhadora e do povo brasileiro para os demais cargos em disputa, priorizando quem tem origem no sindicalismo classista.

Barrar o projeto de reeleição do líder da extrema direita brasileira será o primeiro passo para interromper os retrocessos neoliberais impostos ao país desde o golpe de 2016 e deter o pavoroso avanço do neofascismo no Brasil.

Restaurar direitos

Derrotando Bolsonaro, a classe trabalhadora ganha fôlego para lutar pela revogação das reformas trabalhista e previdenciária, bem como da terceirização das atividades-fim e da Emenda Constitucional 95, que impôs o congelamento dos gastos públicos por 20 anos.

Lutaremos em melhores condições para restaurar direitos, fortalecer o movimento sindical e conquistar uma nova política de valorização do Salário Mínimo, das aposentadorias e pensões; uma reforma tributária que onere os rentistas e o grande capital, reveja as alíquotas e a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, com isenção para quem ganha até cinco salários mínimos, e reduza a carga de impostos incidente sobre o trabalho e a indústria; o fim das privatizações e o fortalecimento das empresas públicas; o aumento dos investimentos públicos e a busca do pleno emprego; o fortalecimento da agricultura familiar; a valorização do trabalho no campo e nas cidades.

Candidaturas classistas

Mas não basta derrotar o presidente genocida, responsável por centenas de milhares de mortes na pandemia do novo coronavírus. Vamos concentrar energia na batalha para eleger quem tem afinidades e compromissos com as causas da nossa classe trabalhadora, com a defesa dos direitos sociais, da universalização dos serviços públicos e fortalecimento do SUS, da democracia e da soberania nacional, em todos os cargos em disputa.

É indispensável dar especial atenção neste momento às candidaturas associadas à CTB para o Congresso Nacional e as assembleias legislativas nos estados, pois devemos estar conscientes de que sem alterar a correlação de forças nos parlamentos, hoje amplamente favorável às forças conservadoras e reacionárias, será muito mais difícil, senão impossível, resgatar direitos que nos foram subtraídos e caminhar na direção de um novo projeto de desenvolvimento nacional, orientado para a valorização do trabalho, ampliação dos direitos sociais e afirmação da soberania nacional.

Ilustração: GETTY IMAGES