Assédio eleitoral: MPT contabiliza 903 casos; centrais sindicais recebem denúncias

As centrais sindicais CTB, CUT, Força Sindical, UGT, NCST, CSB, Pública, CSP-Conlutas, Intersindical – Central da Classe Trabalhadora e Intersindical Instrumento de Luta receberam até a última quinta-feira (20), por meio de seus canais de denúncia, 166 denúncias de assédio político-eleitoral ocorrido nos locais de trabalho.

Já o Ministério Público do Trabalho (MPT), para onde as denúncias são encaminhadas, contabiliza 903 denúncias contra 750 empresas até a mesma data. O número tem crescido  sem parar e já representa mais de quatro vezes o total das denúncias recebidas durante toda a campanha eleitoral de 2018 — 212 envolvendo 98 empresas.

O assédio político-eleitoral é caracterizado como “imposições, ameaças, pressões, coações e promessas que políticos, grupos políticos ou empregadores façam contra trabalhadores, sejam estes efetivos ou temporários, servidores públicos ou terceirizados, para que adiram a determinadas facções ou emprestem o voto, candidatura ou apoio no interesse do assediante, contra a espontaneidade do assediado, ou, ainda, que adotem ou deixem de adotar determinadas posturas contra sua própria convicção ideológica”, segundo a Cartilha Cidadã também elaborada pelas centrais.

Centrais divulgam lista de empresas denunciadas

As 166 denúncias recebidas pelas centrais dizem respeito a 128 empresas — algumas delas foram denunciadas mais de uma vez ou por mais de um trabalhador. Entre elas, figuram empresas dos mais diversos segmentos, algumas bastante conhecidas pelo público, como Havan, JBS, Portal R7 – Record, Posto Ipiranga, Ypê e Grupo Terra Boa – Stara.

Esta última, sediada no Rio Grande do Sul (RS), esteve envolvida em um caso de grande repercussão no país e foi condenada pela Justiça do Trabalho, na última quarta-feira (19), a cumprir oito obrigações a fim de garantir a liberdade de voto de seus trabalhadores. A empresa de mantimentos agrícolas havia divulgado um comunicado no qual ameaçava reduzir seu orçamento em 30% no caso da vitória de Lula (PT) no segundo turno da eleição presidencial.

Confira abaixo a lista de empresas denunciadas: