Governo recua e adia Enem

Publicado 20/05/2020 - Atualizado 20/05/2020
Pressionado, o governo Bolsonaro recuou e decidiu nesta quarta-feira (10) adiar o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). O adiamento significa um claro revés para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e atende ao apelo das entidades estudantis e sindicatos de professores.
A realização do exame online, nas condições sugeridas pelo Ministério da Educação, excluiria milhões de candidatos pobres e restringiria o acesso ao Enem aos que gozam de melhores condições de vida. A pretensão excludente do ministro foi derrotada.
O Senado já havia aprovado o adiamento e a Câmara estava a caminho de consumar a decisão parlamentar. Para evitar uma nova derrota no Parlamento, no momento em que promove o toma-lá-dá-cá com o Centrão, Bolsonaro recuou.
No cronograma antigo, a versão digital do Enem ocorreria entre os dias 22 e 29 de novembro e a prova tradicional, impressa, estava prevista para 1º e 8 de novembro. Novas datas devem ser definidas presumivelmente com prévia consulta aos participantes.
Leia nota do Inep e MEC:
Atento às demandas da sociedade e às manifestações do Poder Legislativo em função do impacto da pandemia do coronavírus no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC) decidiram pelo adiamento da aplicação dos exames nas versões impressa e digital. As datas serão adiadas de 30 a 60 dias em relação ao que foi previsto nos editais.
Para tanto, o Inep promoverá uma enquete direcionada aos inscritos do Enem 2020, a ser realizada em junho, por meio da Página do Participante. As inscrições para o exame seguem abertas até as 23h59 desta sexta-feira, 22 de maio.