Adilson Araújo: “Dialogar com o campo democrático e popular para buscar saídas para a crise”

Por Railídia Carvalho

A eleição de prefeitos e prefeitas do campo democrático e popular abre possibilidades para o Brasil buscar saídas para a crise, ou melhor, as crises nas quais o país está afundado. Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) afirmou ao Portal CTB que “o tempo revela que vamos ter que fazer uma grande aliança de salvação nacional”. O dirigente defende a ampliação do diálogo com prefeitos e prefeitas eleitos com o apoio do segmento democrático popular.

“O desemprego cresce de forma assustadora e o governo fala em acabar com o auxílio emergencial em janeiro. O Brasil não se sustenta sem o auxílio emergencial”, reiterou o sindicalista. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad contínua) divulgada pelo IBGE na quinta-feira (26) apontou aumento do desemprego no terceiro trimestre: São 14, 1 milhões de trabalhadores desempregados.

“Com a aprovação de um orçamento de guerra o governo deveria dar apoio aos estados e municípios e ampliar o crédito com juros subsidiados para que chegue ao pequeno e médio empresário”, cobrou Adilson. De acordo com ele, o atual governo não tem vocação para o desenvolvimento. “É entreguista. Quer vender tudo, liquidar, sem retomada das grandes obras, sem suporte a estados e municípios e sem reconversão industrial”.

“Para o Brasil recuperar o tempo perdido é preciso emitir dinheiro para fortalecer o crédito, retomas as obras e ampliar os investimentos na saúde e educação. Sem isso vamos continuar patinando”, apontou Adilson. Ele criticou a insistência do governo federal em privilegiar a responsabilidade fiscal no estado de calamidade em que vivemos. “O governo está empurrando o país para uma convulsão social”.

Fundo do Poço

As centrais sindicais enviaram uma carta ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, cobrando o afastamento do deputado Eduardo Bolsonaro da presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. No dia 23 de novembro, o filho do presidente acusou em post no twitter a China e o Partido Comunista Chinês de espionagem ao aderir a uma aliança com os EUA contra a tecnologia 5G do país asiático.

“O país que mais compra do Brasil é a China e se o Brasil segue criando confusão com os chineses o cenário de relações comerciais pode se agravar. Estamos amparados no agronegócio, na relação com a China e no auxílio emergencial. Se deixa de pagar o auxílio e criar confusão com a China estamos no fundo do poço. São questões desafiadoras que exigem amplo diálogo com a sociedade e com prefeitos e prefeitas”, avaliou Adilson.