Trabalhadoras e trabalhadores protagonizam luta em defesa dos povos da floresta

A violência, o avanço do garimpo ilegal e a chegada desenfreada de grileiros no território amazônico são uma preocupação não só para os povos amazônicos – que estão sentindo na pele – mas para o povo brasileiro como um todo, pois se trata da nossa maior riqueza, e da garantia do nosso futuro. Para denunciar a agenda genocida do governo Bolsonaro, que permitiu esse avanço do crime sobre a região, os trabalhadores e trabalhadoras de Belém do Pará fizeram um Ato em Defesa dos Povos da Floresta, nesta quinta-feira (30), durante a tarde, na Praça do Relógio.

Segundo o presidente da CTB-PA, Cleber Rezende, o ato denunciou as violações de direitos humanos, a destruição da floresta e o assassinato de dirigentes religiosos, sindicais e ativistas que tem acontecido na região com a chegada do crime organizado. “A CTB participa do Ato em Defesa dos Povos da Floresta, atividade coordenada pelo conjunto do movimento sindical, a partir do Fórum Social Pan-Amazônico, com a prefeitura de Belém, em denúncia aos ataques contra os povos da Amazônia, os povos indígenas, os direitos humanos. Estamos na luta em defesa dos povos da floresta, do meio ambiente, dos direitos humanos, pelo Fora Bolsonaro, e a construção de uma alternativa para o povo brasileiro, com novas perspectivas de gestão, e um projeto de nacional-desenvolvimento”, garante.

Recentemente a região amazônica foi palco de uma verdadeira história de terror: o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips chocou o mundo. Mas essa violência não é uma exceção e tem atingido duramente os povos que vivem na floresta.

A agenda genocida de Bolsonaro permitiu que o crime organizado, o garimpo ilegal, o agronegócio e o latifúndio avançassem sobre o território amazônico. A destruição tem sido acelerada, e são os moradores da floresta, os povos amazônidas que estão na linha de frente da defesa dessa região. São eles que estão pagando – muitas vezes com a própria vida – o preço de manter a floresta em pé, para garantir o futuro e a construção de um mundo sob outra perspectiva.

Cleber explica que “A CTB se somou nesse ato em Belém em defesa dos povos da floresta considerando a importância desse ato para denunciar as violações de direitos humanos, de ataques aos trabalhadores dos campos e das florestas, das águas e das cidades, da região amazônica. Nossa região é muito rica e o crime organizado que atua atrás dos minérios, das riquezas naturais das nossas florestas tem atacado os direitos da classe trabalhadora. O avanço do agronegócio e do latifúndio sobre os territórios amazônicos tem levado à violação de direitos humanos, ao assassinato de lideranças religiosas, sindicais, trabalhadores, como é o caso da família Canuto no Sul do Pará, de Expedito Ribeiro, de Dorothy Stang, de José Claudio e Maria e tantos outros companheiros e companheiras que foram assassinados na luta pela posse da terra e na defesa dos trabalhadores”.

No final deste mês, entre os dias 28 e 31, Belém vai sediar o Fórum Social Pan-Amazônico, que vai reunir a Amazônia internacional e seus povos. A Amazônia abrange territórios do Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia. “Vamos debater uma política em defesa da Amazônia, do meio ambiente e em especial dos povos da floresta. Para a classe trabalhadora, participar do Fórum Social Pan-Amazônico é na perspectiva de construir alternativas de desenvolvimento com inclusão social, com garantia de direitos e de sobrevivência para o nosso povo, com qualidade social. Nós temos uma riqueza muito grande e essa riqueza tem que servir aos povos da Amazônia, aos amazônidas”, afirma o dirigente sindical.