Governo acena com duas parcelas de R$ 600,00 para desempregados que deixaram de receber seguro na pandemia

Publicado 28/10/2020 - Atualizado 27/10/2020
O governo federal acenou com a concessão de dois auxílios no valor de R$ 600,00 aos trabalhadores desempregados, demitidos sem justa causa entre 20 de março e 31 de junho, que deixaram de receber seguro-desemprego. A sugestão foi uma contraproposta apresentada à bancada dos trabalhadores no Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) e deve ser votada nesta sexta-feira
Pelas regras atuais, o trabalhador recebe entre três e cinco parcelas do seguro-desemprego, dependendo do tempo trabalhado e de quantas vezes já fez o pedido. Muitos não reuniram as condições para acessar o benefício.
Tendo em vista o dramático crescimento do desemprego na pandemia, a bancada dos trabalhadores no Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), formada pela CTB, CUT, UGT, Força Sindical, Nova Central e CBS, propôs a ampliação em dois meses do seguro-desemprego, que não pode ser inferior a 1 salário mínimo, hoje em R$ 1.045,00.
Os representantes da classe trabalhadora no Codefat mantêm a proposta feita em julho deste ano, para que os trabalhadores e as trabalhadoras demitidos durante a pandemia recebam mais duas parcelas do seguro-desemprego. Estima-se que a medida beneficiaria em torno de 2,4 milhões trabalhadores e trabalhadoras.
A tentativa do governo de rebaixar o valor do seguro-desemprego reflete a política neoliberal de arrocho fiscal, a mesma que levou ao corte de 50% do valor original do auxílio emergencial, que inicialmente correspondia a R$ 600,00 e depois foi rebaixado a R$ 300,00.
Uma decisão final sobre o tema deve ser tomada na próxima reunião da Confat, prevista para a próxima sexta-feira (30), a partir das 14 horas.