O Brasil recebeu com perplexidade e indignação a notícia da morte do jovem trabalhador Moïse Mugenyi Kabagambe – um congolês de 24 anos que prestava serviços para o quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ele foi assassinado sob tortura na terça-feira passada (24/1), em uma sessão de espancamento no próprio local de trabalho. Entre seus agressores, estava o gerente do quiosque.
Segundo a polícia, Moïse – que trabalhava informalmente como ajudante de cozinha e também serva mesas na orla da praia – cobrou o pagamento de duas diárias, no valor de R$ 200. A resposta do patrão revela a face mais bárbara e doentia do que se tornou o Brasil sob o governo Jair Bolsonaro. Não bastasse a humilhação do não pagamento por seu trabalho, Moïse foi torturado até a morte por ao menos 15 minutos. Com as mãos e os pés amarrados, ele recebeu um “mata leão”, socos, chutes e golpes com um taco de beisebol. As agressões continuaram mesmo após ele vir a óbito, e seu corpo ainda foi amarrado a uma escada na rua.
Além de toda essa crueldade, a morte de Moïse é um crime com outros agravantes, como a violência e o assédio ao trabalhador, o racismo e a xenofobia. A CTB presta solidariedade à família de Moïse, bem como a toda comunidade congolesa no Brasil. Que que haja a mais rigorosa punição de todos os envolvidos nessa barbárie, cujas imagens já estão em poder da polícia foram divulgadas na grande imprensa. Justiça por Moïse!
São Paulo, 1º de fevereiro de 2022
Adilson Araújo, presidente da CTB