Reunida em BH, CTB aprova contas, debate principais pautas e define prioridades de lutas em 2023

Reunida na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), em Belo Horizonte, a direção nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) fez um balanço das ações e aprovou a sua prestação de contas, nesta quinta-feira (16).

Também foi apresentado o planejamento estratégico de todas as secretarias, com discussões sobre as deliberações e encaminhamentos das principais lutas em 2023.

De acordo com o secretário-geral da CTB, Ronaldo Leite, houve avanços em diversas discussões, a exemplo da ultra-atividade e outros direitos que foram retirados com as reformas trabalhistas implementadas desde o governo Temer.

“Ao todo, foram levantados 31 projetos das secretarias, para execução ao longo desse ano. Além disso, nesta sexta-feira vamos tratar de alguns temas relativos aos desafios da conjuntura atual e, particularmente, um debate sobre os compromissos de campanha do governo do presidente Lula de fortalecer os sindicatos e a negociação coletiva. Nós entendemos que as centrais sindicais cheguem a uma proposta consensuada para que isso possa se converter em um projeto para fortalecer os sindicatos e, mais do que nunca, fortalecer as negociações coletivas para avançarmos nos direitos e interesses da classe trabalhadora”, resumiu o dirigente, ao ressaltar: “Planejar é essencial e, para uma organização como a CTB, ela tem mais do que nunca que planejar suas ações. Isso vai permitir que a gente tome as melhores decisões e também que a gente possa acompanhar o andamento daquilo que a gente planejou antecipadamente”.

Conjuntura política favorável

Em relação à atual conjuntura política, foi avaliado o cenário mais favorável para conquistas da classe trabalhadora após a troca de comando no Palácio do Planalto. “Fazemos essa reunião aos 75 dias do início do governo Lula e percebemos as diferenças. Nesse cenário, são várias ações que demonstram o nosso acerto em termos abraçado este projeto. Estarmos analisando a conjuntura e pensando nas nossas ações é essencial para o sucesso do governo. A CTB tem opinião, e essa opinião é classista. Não ficaremos calados, caso alguma tendência venha a prejudicar o movimento sindical”, salientou a presidenta da CTB-MG, Valéria Morato.

Para o secretário adjunto de Relações Internacionais da Central, Carlos Müller, embora a batalha contra o desgoverno de Bolsonaro tenha sido vencida, a superação do momento difícil do país depende da unidade dos trabalhadores e trabalhadoras. “Passado este momento [da eleição], temos que ter muita atenção. Mesmo dentro da ala progressista, temos diferenças importantes. A questão do fortalecimento das entidades sindicais é uma das maiores dificuldades que vamos encontrar”, ponderou. “É tempo de união e reconstrução. Precisamos trazer pautas que nos unem. A questão do custeio [sindical] não pode nos acuar. O sindicato está na Constituição. Precisa de custeio e tem que ter segurança para funcionar”, corroborou o vice-presidente da Central, Vicente Selistre, ao que foi completado pelo diretor executivo Vilson Luiz: “O governo está em disputa e a CTB tem um papel fundamental nesse cenário”.

Regulamentação de aplicativos

Entre as pautas prioritárias, um dos destaques foi o debate sobre a regulamentação do trabalho por aplicativos. “Nesse momento, a regulamentação deve priorizar o transporte de passageiros e entrega de produtos. É importante que as direções estaduais possam trazer contribuições de suas realidades e dados locais”, defendeu a secretária de Políticas para a Juventude Trabalhadora, Beatriz Calheiro.

Luta das mulheres

Outra atividade essencial discutida foi a luta das mulheres trabalhadoras, com ênfase na organização da 7ª Marcha das Margaridas, que será realizada entre 15 e 16 de agosto, em Brasília, com expectativa da presença de 200 mil mulheres.

Na avaliação da secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, Celina Alves Padilha Arêas, até lá, é preciso manter a mobilização e a pressão para que os projetos apresentados pelo governo no dia 8 de março possam ser de fato aprovados pelo Congresso Nacional. “As mulheres trabalhadoras lutaram há 100 anos por igualdade salarial. Infelizmente, passaram-se 100 anos e a luta é a mesma. E essa pauta não é só das mulheres, é da classe trabalhadora”, advertiu.

Encerramento

Nesta sexta (17), o presidente da Central, Adilson Araújo, fará uma intervenção e depois a leitura e colocação para aprovação da Proposta de Resolução da 5ª Reunião da Direção Plena da CTB.

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