Uma comissão especial da União de Nações Sul-americanas (UNASUL) inicia hoje aqui uma investigação sobre o massacre de camponeses de 11 de setembro passado, com saldo de 18 mortos e 106 desaparecidos.
O presidente da delegação, o argentino Rodolfo Mattarollo, explicou que os trabalhos começarão na região com o objetivo de realizar uma investigação imparcial e objetiva.
Também consultor da Secretaria de Direitos Humanos do Ministério de Justiça da Argentina, Matttarollo mostrou otimismo de que o trabalho irá contribuir para acalmar os ânimos e a descobrir a verdade.
Explicou que o grupo é integrado por comissionados dos diferentes países da UNASUL, junto a especialistas forenses e em balística.
Adiantou que está previsto entregar os resultados definitivos em aproximadamente um mês e meio.
O bloco regional decidiu enviar esse grupo de alto nível na quarta-feira passada, numa reunião extraordinária realizada na sede das Nações Unidas com o fim de analisar a crise política imperante na Bolívia.
A delegação da UNASUL também se reunirá com o presidente Evo Morales, que ontem retornou de sua viagem à cidade brasileira de Manaus, onde se reuniu com seus pares do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; da Venezuela, Hugo Chávez, e do Equador, Rafael Correa.
Os emissários do bloco regional também se encontrarão com 16 detidos por desacatar o estado de sítio ditado em 12 de setembro, para verificar as condições de sua detenção e a situação legal na qual se encontram.
A missão está integrada ademais por Silvia Fernández, Eduardo Zuain, ambos argentinos; além de Luiz Filipe De Macedo Sojares, em nome do Brasil.
Também são membros dessa equipe Hugo Contreras, em representação do Peru; Luciano Fouilloux, em nome do Chile; e da Bolívia está o vice-ministro de Justiça, Wilfredo Chávez.
A UNASUL é integrada pela Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
Pando, Bolívia, 1 out (Prensa Latina)