Por Leonardo Wexell Severo
Para Bernardo Rojas, presidente da Central Unitária dos Trabalhadores – Autêntica, “mobilização chegará até às urnas para derrotar a sujeição do governo Marito ao estrangeiro”.
“Os paraguaios repudiam a inaceitável política de submissão adotada pelo governo de Mário Abdo Benítez (Marito) de instalação de bases estadunidenses em nosso território. E a mobilização chegará até às urnas em três de abril de 2023, quando derrotaremos a sujeição ao estrangeiro”, afirmou Bernardo Rojas, presidente da Central Unitária dos Trabalhadores – Autêntica (CUT-A), reforçando a ação em defesa da soberania nacional.
Indo além de Bolsonaro, que infiltrou oficialmente em solo brasileiro 240 militares do Exército dos Estados Unidos em dezembro de 2021 no “Combined Operations and Rotation Exercise” – exercício “combinado” -, Marito enraíza a presença ianque e põe à sua disposição o controle dos rios Paraguai-Paraná, sob a justificativa de que irão “ampliar a navegação da hidrovia”.
“Há tempos o governo norte-americano vem adotando uma política de instalação de bases militares no Paraguai. Vale lembrar da reconstrução da sua embaixada na capital, Assunção, preparada para receber seus mariners. Também sabemos que em Ciudad del Este possuem uma base por meio da qual monitoram toda a Tríplice Fronteira, pela qual controlam Brasil, Argentina e Paraguai sob a alegação do controle do contrabando, do narcotráfico, da lavagem do dinheiro e da presença do Hezbolla. Não sabemos quantos são os militares dos EUA nem quem são, mas que estão instalados”, alertou o líder sindical.
“Derrotar a quadrilha de delinquentes e ladrões”
Como se tudo isso não bastasse, denunciou Bernardo Rojas, “altos expoentes do governo de Mario Abdo Benítez estão praticando os mais indignantes e escandalosos casos de corrupção”. “Seu modus operandi revela a necessidade de derrotarmos com urgência esta quadrilha de delinquentes e ladrões que vem saqueando e entregando o Estado impunemente”, frisou.
Candidato ao Senado pelo Movimento Nova República nas eleições gerais do próximo ano, Dom Bernardo – como é popularmente conhecido – avalia que “a sociedade paraguaia atravessa uma difícil conjuntura, agravada pelo seguidismo ao modelo neoliberal, que joga os trabalhadores numa das suas piores crises econômicas, políticas e sociais”.
Diante de tempos tão sombrios, avalia o dirigente, se faz necessária uma resposta contundente e articulada, “pois este é um governo que cumpre fielmente os mandatos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que impulsiona e aprofunda um modelo econômico de exclusão. Suas consequências são a agudização da extrema pobreza, do desemprego, dos cortes salariais, das demissões em massa e a mais grosseira violação dos direitos trabalhistas consagrados nas leis nacionais ou nas convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT)”. “Daí a importância da construção de uma grande frente para que, juntos, consigamos a consolidação de um Plano de Emergência Nacional (PEN) com foco em medidas que priorizem a retomada do desenvolvimento”, assinalou.
Neste sentido, defendeu Dom Bernardo, “as propostas sociais apresentadas pelo movimento sindical e popular são imprescindíveis, já que temos a necessidade e obrigação de assegurar o direito a uma renda mínima que garanta o consumo diário e o sustento das famílias. Precisamos não apenas de alimentos, mas também suprir as necessidades de saúde, transporte, moradia, vestuário, educação e recriação, medidas que garantam a dinamização da economia local e de todo o país”.
Conforme Bernardo, a fim de perpetuar o atraso, as forças reacionárias se organizaram nos partidos tradicionais: “no Partido Colorado, encabeçado por Horacio Cartes, empresário da ultradireita; e no Liberal, um representante da velha oligarquia, com mentalidade privatista”. “Os setores populares conformaram uma frente em apoio aos companheiros Euclides Azevedo e Jorge Querey para a presidência e vice. Euclides é um dirigente social-democrata bastante capaz e Querey um ativo senador da Frente Guasú. São os nomes que apresentamos para defender o desenvolvimento, a democracia e a soberania”, concluiu.