O presidente Jair Bolsonaro prometeu, mas não cumpriu a promessa de combater a falta d’agua no Nordeste e Norte de Minas Gerais, é o que revela reportagem do Jornal Estado de São Paulo que, ao longo de três meses, investigou um esquema de licitação e a partir da análise de contratos celebrados com o governo federal mapearam gastos que somam R$ 1,2 bilhão para a construção de poços no sertão que hoje se encontram lacrados.
De acordo com o Estadão, os documentos encontrados mostram irregularidades em pregões milionários feitos em menos de dez minutos e a reserva de recursos para abertura de novos poços sem que outros sejam concluídos. O resultado é um cemitério de poços abandonados.
Água de péssima qualidade e corrupção
As informações mostram que há situações em que existe o poço, mas falta bomba para puxar a água; em outros, o governo instala equipamentos precários, com bombas sem a potência adequada para locais mais altos, dificultando a chegada da água às famílias; ou, quando a água chega, muitas vezes tem má qualidade, chegando salobra.
Dentre os órgãos responsáveis pela “força-tarefa das águas” está a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal que, no governo de Jair Bolsonaro, está sob o controle do chamado Centrão e que está sob investigação após a Controladoria-Geral da União (CGU) identificar potencial “manipulação política” em duas licitações para a compra de tratores agrícolas e retroescavadeiras. Segundo a CGU, a investigação apontou um sobrepreço no contrato da Codevasf de R$ 62 milhões.
Ao noticiar o esquema da compra de tratatores, reportagem do O Globo apontou que a empresa que participou da licitação para a compra desses equipamentos, a Imperiogn, tem como proprietária Ana Luiza Batista, uma jovem de 21 anos que é vendedora de loja da cidade de Goiânia.
Segundo o jornal O Globo, apesar do pouco tempo de existência, a empresa já participou de 49 licitações do governo federal e firmou contratos com diferentes braços do poder público, entre eles os ministérios da Defesa, Saúde, Educação e do Desenvolvimento Regional, ao qual a Codevasf é vinculada. Ao todo, a empresa já recebeu R$ 6,9 milhões de dinheiro público.
Com informações das agências