No dia 14 de agosto de 2022, completou-se um ano da unificação da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) com a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), aprovada por ampla maioria em congressos das duas entidades.
O processo de unificação foi iniciado em 2019 e concluído em 2021, após longas discussões e acúmulos de ambas as partes. Ele se insere na perspectiva de construção de uma frente ampla em defesa da democracia, capaz de fazer frente aos ataques e retrocessos do governo Bolsonaro e de derrotar seu projeto de destruição.
Ubiraci Oliveira, vice-presidente da CTB, é categórico: “este foi o acontecimento mais importante do movimento sindical em 2021, que sai fortalecido”. Nos últimos tempos, vem ganhando força no movimento sindical o debate sobre a unificação das centrais, sendo a incorporação da CGTB à CTB o único processo neste sentido concluído até o momento.
Os resultados comprovam o acerto da decisão: “A CTB unificada se consolida cada vez mais, a exemplo da nossa vitória nas eleições do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda e da filiação do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Seguridade e Seguro Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev/RJ), assim como de outros sindicatos e federações anteriormente sem filiação ou filiados à outras centrais, inclusive à própria CGTB”, afirma.
Adilson Araújo, atual presidente da Central, também enfatiza os ganhos do processo de unificação: “A CTB nasceu no calor da grave crise do sistema capitalista global, que eclodiu ao final de 2007, ganhou fôlego em 2008 e segue nos dias atuais. Considerando o contexto da crise econômica social e política, os êxitos alcançados destacam-se no balanço do nosso trabalho sindical: a formação da Direção e a constituição de suas seções estaduais e a defesa intransigente de um sindicalismo forte, assentado na defesa da contribuição sindical e da unicidade sindical contra a pulverização dos sindicatos”.
A unificação das duas centrais foi ratificada no V Congresso Nacional da CTB, realizado entre os dias 12 e 14 de agosto de 2021 e intitulado “Esperançar o Brasil pela Vida, Democracia, Soberania e Direitos”. O Congresso também homenageou Wagner Gomes, líder metroviário, fundador e primeiro presidente da Central, então recentemente falecido.
“O Congresso de unificação aprofundou muito a necessidade de uma política nacional de desenvolvimento que fortaleça o mercado interno, aumente substancialmente o salário mínimo e enfrente a política neoliberal de Bolsonaro a partir do fortalecimento de um Estado nacional”, ressalta Ubiraci, também conhecido como Bira.
Em homenagem a Getúlio Vargas, sua carta-testamento foi lida na íntegra no V Congresso, sob fortes aplausos dos presentes. “Ela é uma verdadeira obra em defesa do Brasil”, acrescenta.”
Em consonância com esse propósito, Bira sintetiza: “Para o próximo período, a tarefa central de todos os que defendem a democracia é derrotar o genocida Bolsonaro para construirmos um país mais livre, democrático e soberano”.
A Central que mais cresce no Brasil
“Com a unidade da CGTB, o Congresso de 2021 reforçou a titularidade de central que mais cresce no Brasil. Para nós, que alcançamos o número de 1362 entidades filiadas, a aliança da CGTB com a CTB reafirma: a luta é nossa identidade!”, conclui Adilson.