A Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul realizou na manhã do dia 28 de abril uma audiência pública sobre o risco de privatização da Trensurb, responsável pelo transporte metroviário na região metropolitana de Porto Alegre, situação que preocupa entidades e movimentos representativos de trabalhadores, cidadãos e usuários, todos críticos e contrários às iniciativas governamentais e empresariais que tentam desmantelar essa importante empresa pública e estatal.
A Trensurb opera uma linha de trens urbanos com extensão de 43,8 quilômetros, no eixo norte da Região Metropolitana de Porto Alegre, atendendo a seis municípios: Porto Alegre, Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo. Antes da pandemia, a média diária de transporte era de 152 mil passageiros, número que sofreu redução drástica (-45%), mas ainda tem grande impacto na vida dos trabalhadores, desafogando o sistema de transporte e oferecendo valores mais baixos aos usuários.
A Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado, proponente da audiência pública, ouviu as manifestações de diversos agentes públicos e sociais. Nas suas falas, ficou marcada a defesa da manutenção do papel do serviço público e das empresas voltadas para a melhoria das condições de vida e trabalho da população.
O dirigente estadual da CTB Rio Grande do Sul, Éder Pereira, esteve presente e fez apontamentos quanto às medidas que implicam no sucateamento da infraestrutura material e no corpo de profissionais da empresa, ampliando os riscos de privatização definitiva da Trensurb. “A CTB tem o compromisso com as empresas públicas, com os servidores e a população. É uma questão de desenvolvimento, soberania nacional, direitos e cidadania. Aonde existe uma maior quantidade e qualidade de servidores e serviços públicos, as condições de vida e trabalho costumam ser melhores! Recente pesquisa do DIAP mostra que países que proporcionalmente à sua população possuem mais servidores públicos oferecem mais qualidade de vida. Os EUA, sempre lembrados como referência de superioridade do mercado e da iniciativa privada, tem um percentual de 15,3% de funcionários públicos. Suécia (28,6%), Dinamarca (29,1%), Noruega (30%), exemplos de alto IDH, têm uma forte presença do Estado no atendimento aos direitos do povo. Enquanto no Brasil está porcentagem representa apenas 1,6%. Portanto, oque precisamos é de mais, não de menos Estado. Temos que manter o Trensurb público!”
Como encaminhamento final, definiu-se pela elaboração de documento assinado por todas as entidades e movimentos presentes na audiência, solicitando agenda com o governador Ranolfo Vieira Júnior para que o Executivo se posicione sobre a questão. A CTB acompanhará com atenção essa luta em favor dos metroviários e dos gaúchos.