Para Fidel, Copa tem sido usada para desviar o foco de problemas mundiais

O ex-presidente de Cuba Fidel Castro alertou nesta quarta-feira (16) que a Copa do Mundo é usada para desviar a atenção de “diabólicas notícias” que ocorrem neste período. Fidel citou a polêmica em torno do programa nuclear do Irã, a conduta dos Estados Unidos e o ataque ao navio sul-coreano, em março. Apesar do tom crítico, o ex-presidente opinou sobre quem será a seleção campeã. Segundo ele, a disputa está entre o Brasil, a Argentina, a Alemanha, a Inglaterra e a Espanha.

“Entre os jogos da Copa do Mundo, as diabólicas notícias se deslizam devagar, de modo que ninguém se ocupe delas”, afirmou o líder cubano, em mais uma de suas “Reflexões”, publicadas pelo diário “Granma”.

Antes, mostrou que acompanha as discussões e os jogos da Copa do Mundo. Segundo Fidel, como muitos se dedicam a comentar suas declarações, ele também tem o direito de falar sobre as opiniões dos outros.

“Depois de já ter testemunhado reuniões entre as empresas mais prestigiadas em apenas seis dias e [algumas] não confiáveis falando sobre meus pontos de vista, atrevo-me a acreditar que a [seleção] da Argentina, ou a do Brasil, ou a da Alemanha, ou a da Inglaterra ou a da Espanha será a campeã da Copa”, disse o ex-presidente Cuba. “Não há uma equipe de destaque que não tenha mostrado as garras de um leão em um esporte”.

Amigo do técnico da seleção argentina, Maradona, Fidel afirmou que ele é “o melhor jogador da história do futebol”, mas que sabe reconhecer as habilidades do atacante Messi.

Bem-humorado, o ex-presidente cubano citou a polêmica em torno da bola usada na Copa do Mundo da África do Sul. “A bola nova é de geometria variável no ar, salta mais rápido e muito mais. Os próprios jogadores, começando com os goleiros, reclamam desses novos recursos”, afirmou.

Depois de demonstrar que acompanha os jogos e conhece futebol, Fidel partiu para as reflexões sobre política externa. “Infelizmente, por outro lado, a esfera política está saturada com riscos elevados”, disse o cubano. Ele condenou as acusações dos sul-coreanos de que os norte-coreanos seriam os responsáveis pela explosão de um navio, em março, causando a morte de 46 pessoas.

“O governo da Coreia do Sul não poderia imaginar que seu aliado, os Estados Unidos, tinha colocado uma mina no fundo do Cheonan [nome da embarcação atacada]”, afirmou Fidel. “A Coreia do Norte não tem qualquer tipo de foguete ou instrumento para afundar Cheonan que não poderia ser detectado por sofisticadas equipes de caça submarina.”

Em seguida, o ex-presidente reclamou da diferença entre o tratamento dado pela comunidade internacional à Israel e ao Irã. “Há um desejo ardente dos ianques [norte-americanos] de varrer [do mundo] o governo nacionalista liderado pelo Irã”, disse.

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